quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

MARACAJÁ


Gato-maracajá
Grijalva Maracajá Henriques

Apanhados sobre a etimologia da palavra Maracajá, realizado em vários sites e em livros de histórias.
História Geral do Brasil de Francisco Adolfo de Varnhagen, p.97, V. I, 4ª Ed. Edições Melhoramentos 1948 (1ª. Edição 1854) onde descreve o seguinte...Os senhores da Capitania de São Vicente chamavam-se a si, uns, Guaianás; outros, que não queria esquecer a sua procedência dos Tamoios (avós), chamavam-se Termiminós (netos), e outros finalmente se chamariam Tupinambás. Alguns dos vizinhos os tratavam, como se vê de Staden, por Tupiniquins, ou quando contra eles assanhados e em guerra, por Maracaiás ou gatos bravos...
...ARARIBÓIA
A bravura, hoje imortalizada em bronze, corria nas veias e convertia em aço os músculos desse filho de Maracajá-Guaçu, cacique da tribo dos Temiminós. Se era necessário pôr a coragem a serviço de invasores, como os portugueses, contra outros, os franceses, que assim fosse. Mas a Terra Brasilis haveria de ser defendida, a qualquer custo, e com ela a cultura-mãe de cada guerreiro, esculpida em liberdade para caçar, pescar, procriar; moldada nas visões de beleza de um paraíso na terra; forjada num ingênuo, porém imprescindível desejo de vida feliz, em paz e numa harmonia que deveria reinar entre os homens vivendo num mundo fraterno. Araribóia lutou e venceu. Foi festejado e, irônica, mas sinceramente, recebeu um nome de branco: Martin Afonso de Souza.

...Ilha do Governador era Maracajá, Vaz Lobo era Guiraguaçu-mirim, Icaraí era Icoioo, São Gonçalo era Mutuá. O que era o Rio de Janeiro antes da chegada dos portugueses é o que mostra o livro “O Rio Antes do Rio” (Ed. Babilônia Cultura Editorial, 432 págs, R$ 59,90), do jornalista Rafael Freitas da Silva, que conta como era a vida doméstica, política e cultural dos primeiros cariocas: os índios.

... A Família Tupi, ou tupi-guarani, compreendia mais de uma centena de línguas, faladas em áreas que pertencem atualmente ao Brasil e a alguns países hispano-americanos. Pelo menos cinco delas eram faladas no
Rio de Janeiro pelos seguintes povos:
1. Tupinambá ou Tamoyo, habitantes das zonas de lagunas e enseadas do litoral, do Cabo Frio até Angra dos Reis.
2. Temiminó ou Maracajá, localizados na Baía de Guanabara.
3. Tupinikin ou Margaya no litoral norte fluminense e Espírito Santo.
4. Ararape ou Arary, no vale do Paraíba do Sul.
5. Maromomi ou Miramomim, na antiga Missão de São Barnabé.

Reino:   Animalia
Filo:       Chordata
Classe:  Mammalia
Ordem:                Carnivora
Família:                Felidae
Género: Leopardus
Espécie: L. wiedii
Nome binomial
Leopardus wiedii
( Schinz, 1821)
Distribuição geográfica
Margay area.png
Sinónimos
Felis wiedii
O gato-maracajá (Leopardus wiedii) é um felino nativo de América Central e América do Sul. Tem, como característica, uma cauda mais longa do que seus membros posteriores. Os seus pelos são amarelo-escuros nas partes superiores do corpo e na parte externa dos membros. Tem manchas sob a forma de rosetas com uma região central amarela por todo o corpo, da cabeça à cauda.
Etimologia
"Maracajá" é um termo oriundo do tupi mbaraka'ya
Descrição
Dentre suas habilidades, o gato-maracajá pode caminhar nas pontas dos galhos dos arbustos. Também possui grande capacidade de salto e suas garras são proporcionalmente mais longas do que as da jaguatirica. O período de gestação é de 81 a 84 dias, e a expectativa de vida é de cerca de 13 anos. Tem capacidade de virar em 180 graus as articulações do tornozelo, o que o possibilita transitar com facilidade entre troncos e árvores. Seus hábitos são noturnos e alimenta-se de pequenos roedores e aves, que caça nas árvores.
Ele consegue imitar o som de suas presas para atraí-las, como o chamado de filhotes de saguis da espécie Saguinus bicolor (soim-de-coleira), atraindo, dessa forma, os adultos para uma emboscada.
Recentemente, cientistas descobriram que ele também consegue imitar os sons de alguns pássaros e roedores. No Brasil, o gato-maracajá pode ser encontrado com mais frequência na Floresta Amazônica.
Significado de Maracajá
sm (tupi marakaiá) Zool Denominação muito comum no Norte para designar os gatos-do-mato em geral, especialmente a jaguatirica (Felis pardalis) e as subespécies de Felis wiedii. Var: maracaiá.
Definição de Maracajá
Classe gramatical: substantivo masculino
Separação das sílabas: ma-ra-ca-já
Plural: maracajás.

... Maracajaguaçu.
Gato Bravo Grande foi um dos Fundadores da Serra.
Foi o Principal, isto é, o Cacique Chefe dos Índios Temiminós que, com o padre Braz Lourenço, construiu a Aldeia e a Igreja que daria origem depois o povoado de Conceição da Serra, hoje Serra.
Era Temiminó, do Grupo Tupi.
O grupo de  Índios Tupis, pela posição que ocupava no litoral, foi o que manteve maior contato com os Portugueses. Foi o que deu maior contribuição na formação da Cultura Brasileira e o que, pela miscigenação, mais se integrou à população.
Nasceu no Rio de Janeiro, em  1501.
Com vinte anos de idade já era um dos principais líderes de sua Tribo, graças a atos de bravura. Mudou-se para o Espírito Santo em 1555, quando já tinha 54 anos de idade.
Pesquisadores informam que Maracajá era um felino que habitava as matas virgens e de tamanho que chega quase ao triplo do gato doméstico.
GATO BRAVO
                A escritora Cybelle M. Ipanema, residente na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, no livro de sua autoria “História da Ilha do Governador”, relata o seguinte:
“Maracajá é uma espécie de felino, o Felis Pardalis”.
O escritor Ermano Stradelli, citado pelo escritor, J. Romão da Silva descreve-o: Fulvo (amarelado) claro, de manchas mais ou menos regulares, em forma de roseta ou anel... Chega quase ao triplo do tamanho do gato doméstico.”
No “Novo Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa”, em texto com a supervisão de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, a palavra Maracajá está escrita com a letra “Jota”  significa: “Espécie de gato bravo.”
 ESCRITA CORRETA
 As expressões “Jaraguai” e “Maraguai”, segundo o Dicionário de Língua Tupi, são variações das palavras Maracaia  ou Maracajá, cujo o significado é o mesmo: Gato do Mato; Gato Bravo do Mato, ou simplesmente Gato.
Maracajá significa “Gato do Mato”.
Segundo o Dicionário Tupi, de autoria de Gonçalves Dias, publicado pela primeira vez em 1858, e republicado pela Livraria São José, em 1970.
A palavra Guaçu é de origem indígena. Guaçu segundo os dicionários é um adjetivo Tupi-guarani, de dois gêneros, que entra na composição de vários nomes brasileiros, com o sentido de Grande.
Maracayaguaçu, Maracaiaguaçu ou Maracajaguaçu significam, portanto a mesma coisa: Grande Gato Bravo ou Gato Bravo Grande.
Leopardus wiedii
Gato-maracajá
Localização típica: "Brasilien", restrito por Allen (1919) à "norte do Espírito Santo, Brasil", e então restrito por Cabrera (1958), ao "Brasil, restringida al Morro de Arará, sobre o rio Mucurí, Estado de Baía".
Características gerais
Comprimento do corpo: 53-79 (); 46-59 ().
Comprimento de cauda: 33-51 (); 34-44 ().
Peso: 3-9 kg; 2,5-5 kg ()
A cor da pelagem é dum amarelo-escuro na maior parte do corpo, salpicada de manchas pretas que se espalham longitudinalmente da cabeça até a cauda. No interior das manchas das laterais do corpo existe um preenchimento de cor marrom. A região interior da pelagem dos membros, a região ventral, a parte inferior do pescoço e o focinho têm pelagem de fundo branco. O nariz pode variar em coloração dum marrom à um tom rosado. Os indivíduos que vivem em regiões montanhosas são marcados mais intensamente e a pelagem é mais grossa que nos animais das planícies. O crânio é pequeno e distintivamente arredondado. Os molares superiores anteriores estão presentes. É uma espécie de felino de pequeno porte, semelhante à um gato comum, com pele de jaguatirica. As pernas dianteiras são longas e dotadas de patas largas e flexíveis nas extremidades; as traseiras são dotadas de uma articulação no metatarso capaz de rotacionar até 180º sobre si mesma, caso único entre os felinos. Os olhos são grandes e castanhos, o focinho é curto e dotado de longas vibrissas sensoriais. As orelhas grandes estão posicionadas na direção frontal, com a parte de trás colorida dum marrom-escuro. A cauda anelada e comprida (mais longa que a da jaguatirica) o auxilia no equilíbrio. Os indivíduos machos são maiores que as fêmeas. Nenhum indivíduo com melanismo foi observado.
Chaves de classificação física: endotérmico; simetria bilateral; quadrúpede.
Dimorfismo sexual: macho maior.
Ontogenia e Reprodução
O período de estro dura entre quatro e 13 dias. Quando o macho monta a fêmea, ele a segura pelo pescoço usando seus dentes. A cópula é rápida, de 15 segundos à um minuto. O comportamento reprodutivo é o comum dentre a maioria dos gatos. O período de gestação é de 65 a 84 dias (podendo variar de 80-84 dias), nascendo, geralmente, apenas um filhote. Casos de gêmeos são raros. Os filhotes pesam cerca de 450 g quando nascem (em comparação, um filhote de gato-doméstico pode pesar 110 g no mesmo momento). As crias são marcadas por manchas negras uniformes. A cria come alimentos sólidos com cerca de 40 dias e pode chegar ao tamanho adulto em oito ou dez meses. Chegam à maturidade sexual por volta dos dois anos de idade. Se escapar dos perigos que rondam seus primeiros momentos de vida, o gato-maracajá pode viver até 13 anos de idade. Em cativeiro chega a viver 18.
Período de gestação: 65-84 dias.
Número de crias: 1.
Maturidade sexual: cerca de 2 anos.
Longevidade: 13 anos; 18 anos (cativeiro).
Chaves de características reprodutivas: vivíparo; sexual; dióico; fertilização interna.
Ecologia e Comportamento
Tem hábitos noturnos, embora descrito como animal mais diurno que a jaguatirica. É provavelmente um animal solitário. Em cativeiro, macho e fêmea vivem e dormem juntos mesmo fora do cio. Isso sugere que o gato-maracajá pode ter uma vida social quanto em estado selvagem, sendo solitários exceto quando na época reprodutiva. Como todos os pequenos gatos, o gato-maracajá pode miar. É um animal arborícola e terrestre, como muitos outros felinos, movimenta-se nas árvores com agilidade peculiar e rapidez. Pode saltar a grandes distâncias. Graças às suas patas traseiras, o gato-maracajá consegue descer dos troncos com a cabeça para cima, deslizando. Já se foi observado um gato-maracajá pendurado por apenas uma pata num galho. Mas pode também descer desta com a cabeça para baixo, como todos os verdadeiros mamíferos arborícolas, numa agilidade espantosa. Tal habilidade permite-lhe caçar presas que habitam as árvores, como alguns roedores e aves. Além destes, também alimenta-se de pequenos mamíferos arborícolas e terrestres, lagartos, rãs, insetos e até de frutos.
Estrutura social: Solitário.
Dieta: Pequenos mamíferos, aves, répteis, insetos e frutos.
Predadores principais: Homem.
Chaves de características comportamentais: móvel; arborícola; terrícola; noturno.
Chaves de características alimentares: onívoro; heterótrofo.
Habitat
Habita florestas tropicais equatoriais, cerrado, mata atlântica, pantanal e campos.
Bioma terrestre: floresta tropical; savana ou campo; pântano.
Distribuição Geográfica
Ocorre desde o México até a Argentina (todos os países sul-americanos, exceto o Chile); outrora também existiu no Texas (Estados Unidos da América).
Região Biogeográfica: neoártica (nativo); neotropical (nativo): brasiliana (nativo).
Distribuição Histórica
O gato-maracajá é uma espécie holocênica proveniente de felídeos terciários basais.
Era geológica: Cenozóico; Quaternário; Pleistoceno-Holoceno (dias atuais).
Estado de Conservação
O gato-maracajá está classificado no Anexo I da Convenção de Washington desde outubro de 1989. A espécie está ameaçada de extinção, tendo a sua pelagem muita procura, Em 1980, o Paraguai exportou mais de 22.000 peles das 30.000 comercializadas no mundo. Este país, nesse mesmo ano, exportou também 30.000 peles de jaguatirica, num total mundial de 45.000. Cerca de 15 gatos-maracajás precisam ser mortos para se confeccionar um casaco de peles.
Subespécies
Onze subespécies viventes foram descritas, com uma espécie pleistocênica:
Leopardus wiedii amazonica
Margaí-amazônico
A subespécie habitante das florestas amazônicas equatoriais, do Brasil, onde tem hábitos noturnos e captura pequenos mamíferos e aves.
Amazonas, Brasil.
 Leopardus wiedii amnicola
Margaí-pleistocênico
Subespécie mais primitiva e atualmente extinta, datada do Pleistoceno.
América Latina.
Leopardus wiedii boliviae 
Margaí-boliviano
Subespécie presente nos pantanais bolivianos e mato-grossenses, esta espécie captura mamíferos e outros pequenos animais dentre a vegetação.
Bolívia e Mato Grosso, Brasil.
Leopardus wiedii cooperi
Margaí-de-cooper
Esta subespécie outrora presente no Texas, vive atualmente em Nuevo Leon, no México. É uma das subespécies que habitam áreas menos tropicais.
Nuevo Leon, México e fronteira com o Texas.
Leopardus wiedii glacula
Margaí-mexicano
Outra subespécie habitante do México, vive desde Sinaloa ao norte de Oaxaca.
Sinaloa ao norte de Oaxaca, México.
Leopardus wiedii nicaraguae
Margaí-do-nicarágua
O margaí-do-nicarágua, espécie centro-americana, vive em área tropicais desde Honduras à Costa Rica.
Honduras à Costa Rica, América Central.
Leopardus wiedii oaxacensis
Margaí-oaxacano
Subespécie mexicana, o margaí-oaxacano vive de Tamaulipas à Oaxaca.
Tamaulipas à Oaxaca, México.
Leopardus wiedii pirrensis
Margaí-do-panamá
Subespécie presente do Panamá ao norte do Peru, em regiões de floresta tropical equatorial. Sua cauda é 10 cm mais longa que as subespécies locais de jaguatirica.
Panamá ao norte do Peru.
Leopardus wiedii salvinia
Margaí-da-guatemala
Subespécie centro-americana presente em Chiapas, Guatemala e em El Salvador.
Peru e noroeste da América do Sul.
Leopardus wiedii vigens
Margaí-do-orinoco
Subespécie que vive nas florestas amazônicas brasileiras, presente desde o Orinoco à bacia amazônica.
Orinoco à bacia amazônica.
Leopardus wiedii yucatanica
Margaí-de-iucatã
Subespécie norte e centro-americana, vive principalmente em regiões mexicanas.
Norte de Chiapas ao norte da Guatemala e Iucatã.
© Terry Moore               
Leopardus wiedii wiedii [Schinz, 1821] - In G. Cuvier, Das Thierreich, 1:235.
Margaí
A subespécie mais comum, vive em regiões de mata Atlântica, no Brasil e na Argentina.
Leste e centro do Brasil e Argentina.
Observações e Etimologia
Considerado por muito tempo dentro do gênero Felis, o gato-maracajá, nas últimas revisões de taxonomia foi colocado com seus parentes próximos no gênero Leopardus (Wozencraft, 1993). Essas três espécies, Leopardus wiedii, Leopardus pardalis e Leopardus tigrina têm 36 cromossomos, enquanto a maioria dos outros gatos têm 38. Também é conhecido por margaí. Margaí vem do Marguey, que significa ''gato-tigre''. Leo leão; pardus pardo, pintado. Wiedii em homenagem ao Príncipe de Wied, com sulfixo ''ii''.
Nomes vulgares: gato-maracajá (português); gato-do-mato (português); gato-selvagem (português); maracajá (português); margaí (português); gato-tigre (português, espanhol); margay (inglês); long-tailed-spotted-cat (inglês); little-ocelot (inglês); tree-ocelot (inglês); tigrillo(espanhol);langschwanzkatze(alemão).                                                                                                                                                                                                                   Protônimo: Felis wiedii Schinz, 1821.









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