DIA DO SOLDADO
Herculano Filho 25/08/2015
(Sócio da ASMRAFFAA – BRASILIA)
Para: Grijalva Maracajá
Para reflexão:
Nós, do Exército Brasileiro!
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que lutamos nos Guararapes contra o
invasor holandês, justificados e motivados pelo sentimento de pátria que o
amálgama de raças e o amor à terra fazia surgir.
Fomos nós que asseguramos a Independência, que lutamos na Cisplatina e
que defendemos a honra, os interesses, a soberania e o patrimônio da Pátria nas
guerras e conflitos internos que abalaram, ameaçaram e fixaram nossas
fronteiras e asseguraram a unidade nacional.
Fomos nós que, aliados a antigos adversários, fizemos malograr as
intenções expansionistas de Solano Lopes.
Somos nós, do Exército Brasileiro, que temos na consciência o peso da
participação na derrubada do Império e que conhecemos a responsabilidade que
nos cabe na instauração desta República que, até os dias de hoje, envergonha a
história política do Brasil.
Fomos nós que lutamos em Canudos, no Contestado e na 1ª Grande Guerra
Mundial. Fomos nós que, ao morrermos movidos pelos ideais
"tenentistas", escrevemos a epopeia dos "18 do Forte"
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que ajudamos a colocar Getúlio no
poder e não o impedimos de implantar o Estado Novo.
Somos os mesmos que, em 35, sofremos na carne a traição e a agressão
assassina de comunistas fardados, falsos camaradas, idiotizados pelo
internacionalismo vermelho.
Fomos nós que lutamos na Itália e que trouxemos de lá lauréis de
bravura e de abnegação que refletem nosso exacerbado amor à liberdade e à justiça.
Somos os mesmos, os do Exército Brasileiro, que, em MARÇO DE 1964,
assumimos a liderança do clamor popular que repudiava a ameaça comunista que,
mais uma vez, nos rondava às escâncaras e à sorrelfa, pregando mentiras e
preparando o golpe de morte aos valores pelos quais sangráramos em guerras e
revoluções.
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que lutamos nas matas do Araguaia
contra uma guerrilha de lunáticos, preparados por fanáticos da utopia comunista
e liderados por falsos profetas que pregavam o ódio e exploravam desigualdades
e injustiças que nunca pretenderam ou seriam capazes de corrigir.
Somos os mesmos que, atônitos,
vimos surgir nos grandes centros a ação deletéria, covarde e assassina de
terroristas treinados longe da Pátria que, misturados às próprias vítimas, as
usavam como escudo e camuflagem. Aprendemos, não sem perdas e sem o sacrifício
de pessoas inocentes, a conhecê-los, a
combatê-los e a vencê-los!
Fomos nós que, com o espírito aberto e pacificador de Caxias,
assistimos ao retorno dos banidos, dos fugitivos da justiça e dos exilados e
que, inocentemente, alimentamos a crença de que, anistiados, voltavam ao
convívio e ao aconchego da Pátria para ajudar na construção do Brasil livre,
desenvolvido e democrático que o desejo da maioria impunha construir.
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que, como Soldados da Paz,
arriscamos nossas vidas na África, no Timor Leste e na Bósnia. Fomos nós que,
ao levarmos a paz e a solidariedade ao sofrido povo do Haiti, morremos com ele,
soterrados no cumprimento do dever.
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que conduzimos e executamos as
operações que resultaram na retomada de áreas ocupadas por facínoras e
traficantes nos complexos de favelas do Rio de Janeiro, devolvendo e
assegurando àquelas comunidades os direitos de cidadãos que a covardia, a
omissão, os interesses e a conivência de políticos, governantes e até de
policiais lhes haviam tirado.
Este rápido, superficial e incompleto passeio pela história de nossos
feitos, faz ver que nós, do Exército Brasileiro, desde Guararapes até a
"Maré", carregamos e continuaremos a carregar a herança desses fatos
e responsabilidades que não pertencem ao passado ou aos que lá estiveram
naqueles momentos, mas a nós todos, soldados de ontem, de hoje e do amanhã,
porque é herança de honra, de glória e de responsabilidade!
O que está feito não pode ser mudado e pertence a todos nós. Não há como apagar a história nem há como
fugir à responsabilidade sem deixarmos de ser nós mesmos. Não há ordem ou
desconforto, de quem quer que seja, que nos possa fazer esquecer ou ser
menos responsáveis ou orgulhosos dos
feitos e fatos que compõem a nossa história, sob pena de termos que abdicar do
orgulho de sermos nós, os do Exército Brasileiro!
Gen Bda Paulo Chagas