Até que enfim o livro de João saiu. Até
que enfim a “montanha pariu”, não um rato; mas nossa gente vivida por ele.
João Henriques da Silva, nasceu na fazenda
Arara, município de Esperança-PB, no dia 20 de setembro de 1901 e desencarnou
em 16 de abril de 2003, na cidade de Maceió-Al.
Estudou em vários educandários e até no
Seminário Maior de João Pessoa, quase que virava padre, mas resolveu cursar a
Escola Mineira de Agronomia e Veterinária de Belo Horizonte, formando-se
agrônomo em 1923. Ainda em Minas Gerais teve que cumprir com as obrigações
militares, sendo incorporado em 11 de maio de 1923 na 8ª brigada de Infantaria
do 2º batalhão da 7ª Companhia. Ficando no Exército até 1924.
Sua vida profissional “pelo o amor ao
campo” foi bastante longa: Em 13 de outubro de 1925, foi nomeado para o
Ministério da Agricultura/ Paraíba e Pernambuco, onde permaneceu até o dia 24
de outubro de 1983. Nesse ínterim por duas vezes foi agraciado com o título de
“agrônomo do ano” nos governos de Getúlio Vargas e José Sarney.
Dentro desse período ainda, trabalhou por
muitos anos no Departamento de Produção, do Governo do Estado da Paraíba,
exercendo várias funções. Ao se aposentar, passou poucos meses inativo de suas
funções como agrônomo, pois logo foi convidado para dirigir a Companhia de
Progresso Rural no Município de Coruripe, Alagoas. Logo depois foi convidado
para trabalhar na Suvale/Codevasf, encerrando sua carreira de 58 anos como
profissional da agricultura aos 72 anos de idade, quando se retirou definitivamente
do serviço público.
Como produção intelectual e científica,
escreveu um dos primeiros livros sobre a cultura do Caroá, trabalho que foi
requisitado em 1938 pelo A Gray Herbarum da Harward University – Cambridge,
Massachusetts-USA. Uma segunda publicação sobre o Caroá de sua autoria foi
editada em 1937, no Rio de Janeiro, pelo Departamento Nacional de Produção
Vegetal do Ministério da Agricultura. Também escreveu artigos para o Boletim da
Diretoria de Fomento da Produção Vegetal e de Pesquisas Agronômicas, por vários
anos publicou artigos sobre agronomia no Jornal A União e ainda participava de
muitos programas de rádios tirando dúvidas de agricultores, tanto na Paraíba
como em Alagoas.
João Henriques também foi professor da cadeira de Defesa
Sanitária do Algodão e Estatística no Estado da Paraíba, professor da Faculdade
de Formação de Professores – FEBSF- Alagoas, Representante da Sociedade de
Agricultura da Paraíba, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico
Parahybano, sócio correspondente do Instituto Arqueológico, Histórico e
Geográfico Pernambucano, membro do Rotary Club, do Lions Club de Penedo e
deixou no prelo um legado literário inédito, de dois romances e cento e
cinquenta contos e poesias.
Foi bem casado. No dia 10 de novembro de
1928 entrelaçou-se e se arrastou por quase setenta e cinco anos. Dessa aventura
nasceram os filhos Robério, Níobe, Parsival, Ceres, Grijalva e Isis e uma
danação de herdeiros.