GENERAL PAULO CHAGAS DIZ QUE NÃO HÁ PERDÃO
PARA O QUE JAQUES WAGNER, ATUAL
MINISTRO DA DEFESA, FEZ CONTRA AS FORÇAS ARMADAS.
Sábado, 17 de janeiro de 2015.
Fui, com muito
orgulho, Comandante do Regimento Dragões da Independência, a Escolta
Presidencial.
Todas as vezes em
que meus soldados iniciavam ou partiam para o cumprimento de uma das suas
inúmeras missões, eu lhes recomendava que trouxessem “nas pontas das laças os
farrapos da vitória”!
O senhor, como qualquer outra pessoa,
sabe que as lanças não são mais armas de guerra, nem tampouco os sabres que
recentemente foram reincorporados ao patrimônio cultural dos Dragões, assim
como as bandeirolas que tradicionalmente ornamentam as pontas das lanças.
Trazê-las de volta como “farrapos de glória” tem o simbolismo da vitória, pois
se tornam trapos no fragor do entrevero, entre poeira, fumo e sangue!
São, hoje,
simbolismos, Sr Ministro. Formas de buscar na realidade do passado a emulação e
a responsabilidade moral de fazer jus à herança deixada por nossos antepassados
e honrada por nossos antecessores.
Ao Exército e às demais Forças Armadas
do Brasil não cabe tergiversação no cumprimento das suas missões, pois, para
elas, só há um resultado honroso: A VITÓRIA! Elas foram feitas para VENCER e
assim tem sido ao longo da HISTÓRIA!
E Só há uma
história, Sr Ministro, que não se subdivide em épocas ou missões, ela se
encadeia em eventos que se suportam moralmente nos feitos que os antecederam e
que, por sua vez, servem de suporte aos que lhes sucedem.
A História Militar brasileira é feita
de valores perenes e imutáveis e reflete o empenho de seus integrantes na
preservação, na prática e no culto dos valores dos Patriotas de Guararapes. As
mesmas missões, os mesmos sacrifícios!
A tentativa de dividi-las
no tempo – ontem e hoje –, como ideológica e preventivamente têm tentado os
integrantes do Foro de São Paulo, é, portanto, inócua, inapropriada e
desrespeitosa.
Inócua porque
jamais conseguirá mudar a natureza dos soldados. Inapropriada porque visa a
objetivos ideológicos rejeitados pela Nação e fora do contexto da natureza do
homem brasileiro. Desrespeitosa porque desconsidera os valores inarredáveis que
fazem respeitadas, em todo o mundo, as Forças Armadas do Brasil!
Recentemente, Sr Ministro, o senhor,
como Governador do Estado da Bahia, em atitude moralmente hostil às FFAA, mas
coerente com o objetivo estratégico que acabo de desqualificar, trocou o nome
de uma escola. Substituiu o nome de um General, antigo Presidente da República,
pelo de um terrorista, fanático e sanguinário, cujo ideário macabro, exportado
na forma de “manual de guerrilha”, levou inocentes à morte no Brasil e continua
a levar em muitas outras partes do mundo!
Que critérios
direcionaram o seu pensamento à tomada de uma decisão tão absurda e incoerente
com a lógica deste e de qualquer tempo da história da humanidade? Que
explicação teria o Sr para nos apresentar de forma a que pudéssemos entender a
“sua” lógica?
Chamo a sua
atenção para o fato de que grifei a palavra explicação que, para nós,
militares, difere completamente de justificativa, ou seja, de antemão,
deixo-lhe claro que entendemos que não há perdão para um ato de tamanho
desrespeito, pois agride moralmente a história e os valores que fazem das FFAA
brasileiras as instituições mais respeitadas e prestigiadas pela sociedade a
servem, e demonstram que, na sua escala de comparação, elas valem menos do que
um terrorista assassino!
Que argumentos o
Sr teria para nos apresentar que justificassem, agora sim, o seu suposto “voluntariado”
para ser o intermediário entre as FFAA – pelas quais, aparentemente, o Sr não
tem respeito – e o governo, cargo que o Sr ocupa, hoje, na Esplanada dos
Ministérios?
Ficam as
perguntas que espero ter oportunidade de fazer-lhe pessoalmente e em público
durante a sua permanência no cargo.
Educada e
respeitosamente,
Gen Bda Paulo
Chagas
PS: Como não
tenho o seu endereço eletrônico, tomei o cuidado de enviar esta mensagem à
Ouvidoria do MD como “Solicitação”.
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