quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Tavira



TAVIRA*



OS TEMPOS MORTOS
Grijalva Maracajá Henriques**

REPORTAGEM DO PASSADO
O TEMÍVEL ÍNDIO TAVIRA
SÉCULO XVI
1598
DEZEMBRO
PARAÍBA

Como sempre, procurando assuntos para minhas reportagens sobre o passado, encontrei no livro História do Brasil de Vicente Rodrigues Palha, frei Vicente do Salvador – 1546 – 1639; essa figura intrépida da tribo Tabajara que lutava ao lado dos portugueses, contra os franceses e seus irmãos nativos os Potiguaras. Infelizmente quase não achei, mas nada sobre este índio, também chamado de herói. Segue abaixo o relato mais completo sobre ele e vários endereços eletrônicos onde é citado. Não achei o porquê do seu nome, mas logicamente fora uma homenagem de algum patrício, para não esquecer sua cidade, em Portugal.

Trecho do livro Historia do Brasil e frei Vicente - p106 (Ipsis Litteris):
CAPÍTULO TRIGÉSIMO SEGUNDO
De como acabado o forte do Rio Grande, e entregue ao capitão Jerônimo de Albuquerque se tornaram os capitães-mor de Pernambuco, e Paraíba, e batalhas, que no caminho tiveram com os Potiguares.

Acabado o forte do rio Grande, que se intitula dos reis, o entregou Manuel Mascarenhas a Jerônimo de Albuquerque dia de S. João batista, era de mil quinhentos noventa e oito, tornando-lhe homenagem, como se costuma, e deixando-lho muito bem fornecido de gente, artilharia, munições, mantimentos, e tudo o mais necessário, se veio no mesmo dia com a sua gente dormir na aldeia do Camarão, onde Feliciano Coelho estava como seu arraial aposentado, e no seguinte se partiram todos para a Paraíba com muita paz e amizade, que é o melhor petrecho contra os inimigos, e assim o experimentaram os primeiros, que acharam em uma grande e forte cerca seis dias depois da partida, a qual mandaram espiar por um índio mui esforçado da nossa doutrina chamado Tavira, que com só 14 companheiros, que consigo levava, matou mais de 30 espias dos inimigos sem ficar um só, que levasse recado, e assim os nosso subitamente na cerca deram ao meio-dia, e contudo pelejaram mais de duas horas sem a poderem entrar, exceto o Tavira, que temerariamente trepando por dia se lançou dentro com uma espada, e rodela, e nomeando-se começou a matar, e ferir os inimigos, até lhe quebrar a espada, e ficar com só a rodela, tomando nela as flechas, o que visto pelo capitão Rui de Aveiro, e Bento da Rocha, seu soldado, tiraram por uma seteira duas arcabuzadas, com que os inimigos se afastaram, e lhe deram lugar de tornar a subir pela cerca, e sair-se dela com tanta ligeireza como se fora um pássaro; e com este, e outros semelhantes feitos tanto nome havia ganhado este índio entre os inimigos, que só com se nomear, dizendo eu sou Tavira, acobardava e atemorizava a todos; e assim atemorizados com isto os de cerca, e os nossos animados, vendo que se a noite os tomava de fora com o inimigo tão vizinho, e outros, que podiam sobrevir de outras partes, ficavam mui arriscados.
Remeteram outra vez a cerca com tanto ânimo, disparando tantas arcabuzadas e flechadas, que puseram os de dentro em aperto, e se deixou bem conhecer pelos muitos gritos, e choros, que se ouviam das mulheres e crianças; e o capitão Miguel Álvares Lobo com o seu sargento João de Padilha, espanhol, e seus soldados, remeteu a uma porta da cerca, e a levou, por onde logo entraram outros, e o mesmo fez o capitão Rui de Aveiro, e outros capitães por outras partes, com que forçaram os Potiguares a largar a praça, e fugirem por outras portas, que abriram por riba da estacada, e por onde podiam, mas contudo não deixaram de ficar mortos, e cativos mais de 1.500, sem dos nossos morreram mais de três índios Tabajaras, posto que ficaram outros feridos, e alguns brancos, dos quais foi o sargento João de Padilha.
(...)

lhs.unb.br/.../Livro_4_-_DA_HISTORIA_DO_BRASIL_DO_TEMPO_Q...
http://shirlei-tabajara.blogspot.com.br/2011/12/povos-indigenas-tabajara-e-kalabaca-de.html
pt.scribd.com/.../Historia-da-Paraiba-do-periodo-pre-colonial-aos-dias-at...
vendavaldasletras.wordpress.com/2007/12/24/






























Tavirense
606,98 km²
26 167 hab. (20111 )
43,11 hab./km²
N.º de freguesias
9
Presidente da
Câmara Municipal
Jorge Manuel Nascimento Botelho
Fundação do município
(ou foral)
8800 Tavira
Municípios de Portugal
Tavira é uma cidade portuguesa no Distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, com cerca de 15 133 habitantes.
É sede de um município com 606,98 km² de área e 26 167 habitantes (20111), subdividido em 9 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Alcoutim, a leste por Castro Marim e pela parte ocidental do concelho de Vila Real de Santo António, a sudoeste por Olhão, a oeste por São Brás de Alportel e por Loulé e a sul tem litoral no oceano Atlântico. Fica na zona Sotavento (Algarve oriental).
O actual presidente da Câmara Municipal de Tavira é o socialista Jorge Manuel Nascimento Botelho, eleito em 2009.
Lista de Freguesias
O concelho de Tavira é constituído por nove freguesias:
Geografia e clima
O relevo é plano no litoral e muito acidentado na região serrana, na qual alguns picos ultrapassam os 500 metros de altitude. O concelho é atravessado por diversos cursos de água, tais como o Rio Gilão (também conhecido como Rio Séqua, ou Ribeira da Asseca), a ribeira do Almargem ou o Rio Vascão. No concelho de Tavira as três sub-regiões naturais do Algarve estão bem demarcadas: o litoral, o barrocal e a serra.
O clima da região é temperado mediterrânico; de acordo com a classificação climática de Koppen, Tavira apresenta um clima temperado com um Inverno chuvoso e um Verão seco e quente (Csb). A temperatura média anual ronda os 18°C, tal como no restante litoral e barrocal do sotavento algarvio. No mês de Agosto as temperaturas máximas rondam os 30°C e as mínimas os 19°C, ao passo que no mês de Janeiro as máximas rondam os 16°C e as mínimas os 7°C. Atendendo à normal climatológica 1961-1990, a cidade apresenta uma precipitação média anual de 576 mm, distribuída ao longo de cerca de 65 dias, concentrados essencialmente entre Outubro e Abril. A precipitação encontra-se essencialmente concentrada entre Outubro e Fevereiro, sendo Dezembro o mês mais chuvoso do ano, com cerca de 100 mm de precipitação média. Existem cinco meses secos, de Maio a Setembro. O Outono climatológico, regra geral, tem início em meados de Outubro. Durante o Outono e o Inverno são frequentes períodos curtos de precipitação intensa e trovoada, que alternam com dias amenos de céu limpo. As ondas de frio são raras e muito curtas, e ocorrem essencialmente no final de Dezembro ou no início de Janeiro: nos anos em que se verificam estes fenômenos meteorológicos, as mínimas podem se aproximar dos 0°C. A última vez que ocorreu queda de neve na cidade foi em Fevereiro de 1954, mas na madrugada de 1 de Fevereiro de 2006 nevou na Serra do Caldeirão, na região de Cachopo. A Primavera climatológica pode ter início no final de Fevereiro, e é uma estação inconstante, podendo oscilar de ano para ano entre seca ou chuvosa. Na Serra do Caldeirão, a precipitação média anual supera os 800 mm, e existem apenas quatro meses secos (Maio supera os 30 mm); para, além disso, a temperatura média anual é inferior ao litoral. Na região serrana os fenômenos convectivos podem ser frequentes na transição da Primavera para o Verão (Abril e Maio) e do Verão para o Outono (Setembro e Outubro).
A costa do conselho de Tavira possui algumas das mais belas praias do Algarve e de Portugal, todas elas incluídas no Parque Natural da Ria Formosa. O mar pode atingir temperaturas muito agradáveis durante o Verão e no início do Outono, as quais por podem rondar os 26°C nos meses mais quentes. As praias do concelho são: Praia do Lacém, Praia de Cabanas de Tavira, Praia da Ilha de Tavira, Praia da Terra Estreita, Praia do Barril e Praia do Homem Nu.
A Ria Formosa ocupa todo o litoral do concelho, encontrando-se separada do mar por duas barras dunares: a Ilha de Cabanas e a Ilha de Tavira. Para além das ilhas-barreira, a ria integra um conjunto de canais, salinas e sapais.
A Serra de Santa Maria é a designação atribuída à Serra do Caldeirão no concelho de Tavira; existem vários picos arredondados acima dos 500 metros de altitude. Toda esta barreira montanhosa de baixa altitude impede a influência dos ventos frios de quadrante norte, e enfraquece as frentes chuvosas vindas de noroeste, ajudando assim a definir o clima do litoral algarvio. Para, além disso, constitui uma barreira de condensação para as massas de ar húmido provenientes do Golfo de Cádiz.
Economia
O município de Tavira tem uma grande área de barrocal e serra, e as suas principais produções são, além da pesca e da aquicultura (zona da Ria Formosa, estando a actividade de produção de conservas de peixe praticamente extinta), a agricultura - com grandes extensões de pomares, e a exploração dos recursos da serra (mel e cortiça, por exemplo). A indústria turística localiza-se, sobretudo no litoral, explorando as grandes extensões de praias do concelho, na Ilha de Tavira e na Ilha de Cabanas.
A cidade de Tavira possui uma biblioteca pública designada por Biblioteca Álvaro de Campos, inaugurada a 24 de Junho de 2005. No edifício onde se encontra instalada, funcionava a antiga cadeia civil de Tavira.
Cinema e teatro
Até 1911, existia na cidade de Tavira uma pequena sala de espectáculos designada por Teatro Tavirense. Naquela data, o teatro é encerrado por falta de condições de segurança. Em 1914, é iniciada a construção de um novo teatro, o Teatro Popular, que, devido a condições econômicas difíceis derivadas da 1ª Guerra Mundial, apenas seria inaugurado em 27 de Outubro de 1917. A sala de espectáculos muda de nome para Teatro António Pinheiro, em 1942. Em 1964 é demolido, sendo construído outro no mesmo local, e com a designação Cine-Teatro Antonio Pinheiro, em 10 de Fevereiro de 1968, passando a apresentar cinema, teatro e espectáculos musicais.


**O autor é historiador e pesquisador.
 

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