TAVIRA*
OS TEMPOS MORTOS
Grijalva
Maracajá Henriques**
REPORTAGEM
DO PASSADO
O
TEMÍVEL ÍNDIO TAVIRA
SÉCULO
XVI
1598
DEZEMBRO
PARAÍBA
Como sempre,
procurando assuntos para minhas reportagens sobre o passado, encontrei no livro
História do Brasil de Vicente Rodrigues Palha, frei Vicente do Salvador – 1546
– 1639; essa figura intrépida da tribo Tabajara que lutava ao lado dos
portugueses, contra os franceses e seus irmãos nativos os Potiguaras. Infelizmente
quase não achei, mas nada sobre este índio, também chamado de herói. Segue
abaixo o relato mais completo sobre ele e vários endereços eletrônicos onde é
citado. Não achei o porquê do seu nome, mas logicamente fora uma homenagem de
algum patrício, para não esquecer sua cidade, em Portugal.
Trecho do livro
Historia do Brasil e frei Vicente - p106 (Ipsis Litteris):
CAPÍTULO TRIGÉSIMO SEGUNDO
De como acabado o
forte do Rio Grande, e entregue ao capitão Jerônimo de Albuquerque se tornaram
os capitães-mor de Pernambuco, e Paraíba, e batalhas, que no caminho tiveram
com os Potiguares.
Acabado o forte
do rio Grande, que se intitula dos reis, o entregou Manuel Mascarenhas a
Jerônimo de Albuquerque dia de S. João batista, era de mil quinhentos noventa e
oito, tornando-lhe homenagem, como se costuma, e deixando-lho muito bem
fornecido de gente, artilharia, munições, mantimentos, e tudo o mais
necessário, se veio no mesmo dia com a sua gente dormir na aldeia do Camarão,
onde Feliciano Coelho estava como seu arraial aposentado, e no seguinte se
partiram todos para a Paraíba com muita paz e amizade, que é o melhor petrecho
contra os inimigos, e assim o experimentaram os primeiros, que acharam em uma
grande e forte cerca seis dias depois da partida, a qual mandaram espiar por um
índio mui esforçado da nossa doutrina chamado Tavira, que com só 14 companheiros,
que consigo levava, matou mais de 30 espias dos inimigos sem ficar um só, que
levasse recado, e assim os nosso subitamente na cerca deram ao meio-dia, e
contudo pelejaram mais de duas horas sem a poderem entrar, exceto o Tavira, que
temerariamente trepando por dia se lançou dentro com uma espada, e rodela, e
nomeando-se começou a matar, e ferir os inimigos, até lhe quebrar a espada, e
ficar com só a rodela, tomando nela as flechas, o que visto pelo capitão Rui de
Aveiro, e Bento da Rocha, seu soldado, tiraram por uma seteira duas
arcabuzadas, com que os inimigos se afastaram, e lhe deram lugar de tornar a
subir pela cerca, e sair-se dela com tanta ligeireza como se fora um pássaro; e
com este, e outros semelhantes feitos tanto nome havia ganhado este índio entre
os inimigos, que só com se nomear, dizendo eu sou Tavira, acobardava e
atemorizava a todos; e assim atemorizados com isto os de cerca, e os nossos
animados, vendo que se a noite os tomava de fora com o inimigo tão vizinho, e
outros, que podiam sobrevir de outras partes, ficavam mui arriscados.
Remeteram outra
vez a cerca com tanto ânimo, disparando tantas arcabuzadas e flechadas, que
puseram os de dentro em aperto, e se deixou bem conhecer pelos muitos gritos, e
choros, que se ouviam das mulheres e crianças; e o capitão Miguel Álvares Lobo
com o seu sargento João de Padilha, espanhol, e seus soldados, remeteu a uma porta
da cerca, e a levou, por onde logo entraram outros, e o mesmo fez o capitão Rui
de Aveiro, e outros capitães por outras partes, com que forçaram os Potiguares
a largar a praça, e fugirem por outras portas, que abriram por riba da
estacada, e por onde podiam, mas contudo não deixaram de ficar mortos, e
cativos mais de 1.500, sem dos nossos morreram mais de três índios Tabajaras,
posto que ficaram outros feridos, e alguns brancos, dos quais foi o sargento
João de Padilha.
(...)
lhs.unb.br/.../Livro_4_-_DA_HISTORIA_DO_BRASIL_DO_TEMPO_Q...
http://shirlei-tabajara.blogspot.com.br/2011/12/povos-indigenas-tabajara-e-kalabaca-de.html
pt.scribd.com/.../Historia-da-Paraiba-do-periodo-pre-colonial-aos-dias-at...
vendavaldasletras.wordpress.com/2007/12/24/
|
Tavira é uma cidade
portuguesa no Distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, com cerca de 15 133 habitantes.
É sede de um município com 606,98 km² de área e 26 167 habitantes
(20111), subdividido em 9 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município
de Alcoutim, a leste por Castro Marim e pela parte ocidental do concelho de Vila Real de Santo António,
a sudoeste por Olhão, a oeste por São Brás de Alportel e por
Loulé e a sul tem litoral no oceano Atlântico. Fica na
zona Sotavento (Algarve oriental).
O
actual presidente da Câmara Municipal de
Tavira é o socialista Jorge
Manuel Nascimento Botelho, eleito em 2009.
Está disponível uma lista dos presidentes da Câmara Municipal de Tavira desde 1835.
Lista de Freguesias
O
concelho de Tavira é constituído por nove freguesias:
Geografia e clima
O
relevo é plano no litoral e muito acidentado na região serrana, na qual alguns
picos ultrapassam os 500 metros de altitude. O concelho é atravessado por
diversos cursos de água, tais como o Rio Gilão (também conhecido como Rio Séqua, ou Ribeira da
Asseca), a ribeira do Almargem ou o Rio Vascão. No concelho de Tavira as três sub-regiões naturais
do Algarve estão bem demarcadas: o litoral, o barrocal e a serra.
O
clima da região é temperado mediterrânico; de acordo com a classificação
climática de Koppen, Tavira apresenta um clima temperado com um Inverno chuvoso
e um Verão seco e quente (Csb). A temperatura média anual ronda os 18°C, tal
como no restante litoral e barrocal do sotavento algarvio. No mês de Agosto as
temperaturas máximas rondam os 30°C e as mínimas os 19°C, ao passo que no mês
de Janeiro as máximas rondam os 16°C e as mínimas os 7°C. Atendendo à normal
climatológica 1961-1990, a cidade apresenta uma precipitação média anual de
576 mm, distribuída ao longo de cerca de 65 dias, concentrados
essencialmente entre Outubro e Abril. A precipitação encontra-se essencialmente
concentrada entre Outubro e Fevereiro, sendo Dezembro o mês mais chuvoso do
ano, com cerca de 100 mm de precipitação média. Existem cinco meses secos,
de Maio a Setembro. O Outono climatológico, regra geral, tem início em meados
de Outubro. Durante o Outono e o Inverno são frequentes períodos curtos de
precipitação intensa e trovoada, que alternam com dias amenos de céu limpo. As
ondas de frio são raras e muito curtas, e ocorrem essencialmente no final de
Dezembro ou no início de Janeiro: nos anos em que se verificam estes fenômenos
meteorológicos, as mínimas podem se aproximar dos 0°C. A última vez que ocorreu
queda de neve na cidade foi em Fevereiro de 1954, mas na madrugada de 1 de
Fevereiro de 2006 nevou na Serra do Caldeirão, na região de Cachopo. A
Primavera climatológica pode ter início no final de Fevereiro, e é uma estação
inconstante, podendo oscilar de ano para ano entre seca ou chuvosa. Na Serra do
Caldeirão, a precipitação média anual supera os 800 mm, e existem apenas
quatro meses secos (Maio supera os 30 mm); para, além disso, a temperatura
média anual é inferior ao litoral. Na região serrana os fenômenos convectivos
podem ser frequentes na transição da Primavera para o Verão (Abril e Maio) e do
Verão para o Outono (Setembro e Outubro).
A
costa do conselho de Tavira possui algumas das mais belas praias do Algarve e
de Portugal, todas elas incluídas no Parque Natural da Ria Formosa.
O mar pode atingir temperaturas muito agradáveis durante o Verão e no início do
Outono, as quais por podem rondar os 26°C nos meses mais quentes. As praias do
concelho são: Praia do Lacém, Praia de Cabanas de Tavira,
Praia da Ilha de Tavira, Praia da Terra Estreita, Praia do Barril e Praia do Homem Nu.
A Ria Formosa ocupa todo o litoral do concelho, encontrando-se
separada do mar por duas barras dunares: a Ilha de Cabanas e a Ilha de Tavira. Para além das ilhas-barreira, a ria integra um
conjunto de canais, salinas e sapais.
A Serra de Santa Maria é a
designação atribuída à Serra do Caldeirão no concelho de Tavira; existem vários
picos arredondados acima dos 500 metros de altitude. Toda esta barreira
montanhosa de baixa altitude impede a influência dos ventos frios de quadrante
norte, e enfraquece as frentes chuvosas vindas de noroeste, ajudando assim a
definir o clima do litoral algarvio. Para, além disso, constitui uma barreira
de condensação para as massas de ar húmido provenientes do Golfo de Cádiz.
Economia
O
município de Tavira tem uma grande área de barrocal e serra, e as suas principais produções são, além da pesca
e da aquicultura (zona da Ria Formosa, estando a actividade de produção de conservas de
peixe praticamente extinta), a agricultura - com grandes extensões de pomares, e a exploração
dos recursos da serra (mel e cortiça, por exemplo). A indústria
turística localiza-se, sobretudo no litoral, explorando as grandes extensões de
praias do concelho, na Ilha de Tavira e na Ilha de Cabanas.
A
cidade de Tavira possui uma biblioteca pública designada por Biblioteca Álvaro de Campos,
inaugurada a 24 de Junho de 2005.
No edifício onde se encontra instalada, funcionava a antiga cadeia civil de
Tavira.
Cinema e teatro
Até 1911,
existia na cidade de Tavira uma pequena sala de espectáculos designada por
Teatro Tavirense. Naquela data, o teatro é encerrado por falta de condições de
segurança. Em 1914, é iniciada a construção de um novo teatro, o Teatro
Popular, que, devido a condições econômicas difíceis derivadas da 1ª Guerra Mundial, apenas
seria inaugurado em 27 de Outubro de 1917.
A sala de espectáculos muda de nome para Teatro António Pinheiro, em 1942.
Em 1964 é demolido, sendo construído outro no mesmo local, e com a designação
Cine-Teatro Antonio Pinheiro, em 10 de Fevereiro de 1968, passando a apresentar cinema, teatro e
espectáculos musicais.
**O autor é historiador
e pesquisador.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário