FÓSSIL INÉDITO DE 120 MILHÕES DE ANOS
É ENCONTRADO NA BACIA DO ARARIPE, NO CEARÁ
Por Tribuna do Ceará em Cotidiano
20 de janeiro de 2015
Um
artigo sobre a descrição do fóssil foi publicado recentemente nos anais da
Academia Brasileira de Ciências para anunciar a descoberta do achado.
Imagem da Cratosmilax
jacksoni (esquerda) publicada na pesquisa da professora Flaviana Jorge de Lima.
À direita, foto da Japecanga, que é uma representante atual do fóssil (FOTO:
Divulgação)Imagem da Cratosmilax jacksoni (esquerda) publicada na pesquisa da
professora Flaviana Jorge de Lima. À direita, foto da Japecanga, que é uma
representante atual do fóssil (FOTO: Divulgação)
Um
achado fóssil inédito de 120 milhões de anos será anunciado nesta quarta-feira
(21), por pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca), no Geopark
Araripe, em Crato. Trata-se de uma planta do período Cretáceo inferior que
ainda possui representantes atuais na encosta da Chapada do Araripe, conhecida
popularmente como Japecanga, da família da Smilacaceae.
Um
artigo sobre a descrição do fóssil foi publicado recentemente nos anais da
Academia Brasileira de Ciências para anunciar a descoberta do achado, cujo nome
Cratosmilax jacksoni é uma homenagem ao professor Jackson Antero (in memoriam).
O docente foi um dos grandes nomes que se ergueu no Cariri na luta incansável
pela preservação da Chapara do Araripe, e chegou a ser o chefe da Área de
Proteção Ambiental da Chapada do Araripe (APA – Araripe).
A
Smilacaceae é uma família de plantas monocotiledôneas basais que ocorrem em
basicamente todos os continentes e está relacionada com a origem de plantas com
flores. Fósseis dessa família são conhecidos desde o Cretáceo Superior. No
artigo é apresentado o novo gênero e espécie (Cratosmilax jacksoni) da família
do Cretáceo Inferior (Aptiano-Albiano), encontrado em lâminas de calcário da
Formação Crato, na Bacia do Araripe.
Ainda
conforme os pesquisadores é o mais antigo registro de Smilacaceae. O fóssil
descrito é baseado em uma folha com características semelhantes às do gênero
Smilax, frequente nas Américas, Europa e sudeste asiático. Segundo o orientador
da pesquisa, professor Álamo Feitosa, o fóssil em perfeito estado foi resgatado
nas minas de calcário laminado, em Nova Olinda. O achado ocorreu em 2012. O
trabalho de descrição foi realizado por uma equipe de pesquisadores da Urca, e
tem como autora a professora Flaviana Jorge de Lima. Ela destaca que essa é a
primeira pesquisa a ser descrita com localidade estratigráfica, possibilitando
estudos detalhados das camadas das rochas.
Com informações da
Urca
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