domingo, 26 de fevereiro de 2023

 

EVOLUÇÃO

Augusto dos Anjos

 

Se devassássemos os labirintos

Dos eternos princípios embrionários,

A cadeia de impulsos e de instintos,

Rudimentos dos seres planetários;

Tudo o que a poeira cósmica elabora

Em sua atividade interminável,

O anseio da vida, a onda sonora,

Que percorrem o espaço imensurável;

Veríamos o evolver dos elementos,

Das origens às súbitas asceses,

Transformando-se em luz, em sentimentos,

No assombroso prodígio das esteses;

No profundo silêncio dos inermes,

Inferiores e rudimentares,

Nos rochedos, nas plantas e nos vermes,

A mesma luz dos corpos estelares!

É que, dos invisíveis microcosmos,

Ao monólito enorme das idades,

Tudo é clarão da evolução do cosmos,

Imensidade nas imensidades!

Nós já fomos os germes doutras eras,

Enjaulados no cárcere das lutas;

Viemos do princípio das moneras,

Buscando as perfeições absolutas.

Extraído do livro Parnaso do Além-túmulo - Francisco Cândido Xavier (psicografia)

 

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