ANTEVISÃO
Caetano Pero Neto
Quando a
nuvem
acionou
seus canhões invisíveis,
ribombando
no espaço,
ouvi a
mensagem da abundância.
Quando o
raio
cortou o
tecido espesso das trevas
com a
lâmina da morte em esplendor,
respirei
o ar puro do céu lavado.
Quando o
vento sacudiu o arvoredo
com seu
rebenque aéreo,
enxerguei
as flores
que
permaneceriam
fiéis aos
frutos.
Quando o
aguaceiro jorrou dos céus,
com as
suas cataratas imensas,
inundando
os caminhos,
vi a mesa
farta,
rodeada
de crianças felizes.
Quando o
sofrimento aparece,
diante de
nós,
crivando-nos
o ser com farpas intangíveis,
vejo
nossas almas
nos
píncaros do Planeta,
sob o
fulgor sem sombra do zênite,
cada qual
carregando em si mesma
o seu
próprio Universo,
prontas a
desferir
o vôo livre
e belo
para o
sem-fim da Perfeição.
Do livro
Poetas Redivivos
Espíritos
Diversos
Psicografia:
Francisco Cândido Xavier
Pero Neto
(Itápolis, 21 de agosto de 1916 - São Paulo, 23 de dezembro de 1937) foi um
poeta e advogado brasileiro.
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
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