POLICARPO QUARESMA
O
Triste Fim de Policarpo Quaresma é publicado no Jornal do Comércio no dia 19 de
outubro de 1911 dá-se o início da publicação, em folhetim, da obra O Triste Fim
de Policarpo Quaresma.
A
obra mais famosa de Lima Barreto condensa em si muitas das características que
consagraram seu autor como o melhor de seu tempo (Reprodução/Internet)
Triste Fim de
Policarpo Quaresma surgiu como um romance de folhetim em edições semanais, no
dia 19 de outubro de 1911, no Jornal do Comércio. Anos depois, foi publicado em
um livro. Seu autor, Lima Barreto, era um mulato com ideias socialistas e um
estilo de escrever inovador, cuja linguagem simples e direta podia ser
compreendida pelo leitor popular.
A
obra mais famosa de Lima Barreto condensa em si muitas das características que
consagraram seu autor como o melhor de seu tempo. Ela focaliza fatos históricos
e políticos ocorridos durante a fase de instalação da República, mais
precisamente no governo de Floriano Peixoto (1891 – 1894). Seus ataques
derramam-se para todos os lados significativos da sociedade que contempla, a
Primeira República.
O
meio intelectual da época, que ainda vivia sob forte influência romântica e
parnasiana, reagiu chamando o escritor de semianalfabeto, condenando-o à
marginalidade e ao ostracismo. Lima Barreto sofreu muito por criticar os
poderosos de seu tempo, e suas desilusões não foram poucas. O escritor esteve internado
em sanatório, tornou-se alcoólatra e morreu com apenas 41 anos, em estado de
completo abandono e de miséria.
Biografia
de Lima Barreto:
Lima
Barreto (1881-1922) foi escritor e jornalista brasileiro. Filho de pais pobres
e mestiços sofreu esse preconceito em toda sua vida. Logo cedo ficou órfão de
mãe. Estudou no Colégio Pedro II e ingressou na Escola Politécnica, no curso de
Engenharia. Seu pai enlouquece e é internado, obrigando Lima Barreto a
abandonar o curso de Engenharia. Para sustentar a família, empregou-se na
Secretaria de Guerra e ao mesmo tempo, escrevia para vários jornais do Rio de
Janeiro. Ao produzir uma literatura inteiramente desvinculada dos padrões e do
gosto vigente, recebe severas críticas dos letrados tradicionais. Explora em
suas obras, as injustiças sociais e as dificuldades das primeiras décadas da
República. Com seu espírito inquieto e rebelde, Lima Barreto entrega-se ao
álcool.
Afonso
Henrique de Lima Barreto (1881-1922) nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de
maio. Filho de Joaquim Henriques de Lima Barreto e Amália Augusta, ambos
mestiços e pobres. Sofreu preconceito a vida toda. Seu pai era tipógrafo e sua
mãe professora primária. Logo cedo ficou órfão de mãe.
Lima
Barreto estudou no Liceu Popular Niteroiense e concluiu o curso secundário no
Colégio Pedro II, local onde estudava a elite litrária da época. Sempre com a
ajuda de seu padrinho, o Visconde de Ouro Preto, ingressou na Escola
Politécnica do Rio de Janeiro, onde iniciou o curso de Engenharia. Em 1904 foi
obrigado a abandonar o curso, pois, seu pai havia enlouquecido e o sustento dos
três irmão agora era responsabilidade dele.
Em
1904 consegue emprego de escrevente copista na Secretaria de Guerra, ao mesmo
tempo que colabora com quase todos os jornais do Rio de Janeiro. Ainda
estudante já colaborava para a Revista da Época e para a Quinzena Alegre. Em
1905 passa a escrever no Correio da Manhã, jornal de grande prestígio.
Em
1909 Lima Barreto publica o romance "Recordações do Escrivão Isaías
Caminha". O texto acompanha a trajetória de um jovem mulato, que vindo do
interior sofre sérios preconceitos raciais. Em 1915 escreve "Triste Fim de
Policarpo Quaresma", e em 1919 escreve "Vida e Morte de M.J.Gonzaga
de Sá". Esses três romances apresentam nítidos traços autobiográficos.
Com
uma linguagem descuidada, suas obras são impregnadas da justa preocupação com
os fatos históricos e com os costumes sociais. Lima Barreto torna-se uma
espécie de cronista e um caricaturista se vingando da hostilidade dos
escritores e do público burguês. Poucos aceitam aqueles contos e romances que
revelavam a vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização.
A
obra prima de Lima Barreto, não perturbada pela caricatura, foi "Triste
Fim de Policarpo Quaresma". Nela o autor conta o drama de um velho
aposentado, O Policarpo, em sua luta pela salvação do Brasil.
Afonso
Henriques Lima Barreto com seu espírito inquieto e rebelde, seu inconformismo
com a mediocridade reinante, se entrega ao álcool. Suas constantes depressões o
levam duas vezes para o hospital. Em 01 de novembro de 1922 morre de um ataque
cardíaco.
Obras de Lima Barreto
Recordações
do Escrivão Isaías Caminha, romance, 1909
Aventuras
do Dr. Bogoloff, humor, 1912
Triste
Fim de Policarpo Quaresma, romance, 1915
Numa
e Ninfa, romance, 1915
Vida
e Morte de M. J. Gonzaga e Sá, romance, 1919
Os
Bruzundangas, sátira política e literária, 1923
Clara
dos Anjos, romance, 1948
Coisas
do Reino do Jambon, sátira política e literária, 1956
Feiras
e Mafuás, crônica, 1956
Bagatelas,
crônica, 1956
Marginália,
crônica sobre folclore urbano, 1956
Vida
Urbana, crônica sobre folclore urbano, 1956
http://www.e-biografias.net/lima_barreto/
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