terça-feira, 27 de outubro de 2015

O AMIGO RAFAEL

O AMIGO RAFAEL

Negros da Elite Imperial Brasileira

O Imperador Dom Pedro II sempre abominou a escravidão, não possuía escravos e sim empregados assalariados, e desde a declaração de sua maioridade, quando herdou quarenta escravos, libertou todos. Os mesmos passos sempre foram seguidos por suas filhas e aqueles que desejavam a admiração do Imperador.
Um dos maiores amigos do Imperador, desde sua infância foi um ex-escravo chamado Rafael, nascido em 1791 em Porto Alegre, e que durante a Campanha da Cisplatina admirou Dom Pedro I. Desde o nascimento do então Príncipe Imperial do Brasil, Rafael foi apontado como criado de Dom Pedro II, encantando a Imperatriz Leopoldina com sua dedicação.
Com a partida de seu pai e de sua madrasta, a Imperatriz Dona Amélia, o “órfão da Nação” foi criado com muita rigidez por seus tutores, e, solitário, tinha somente a suas irmãs e ao criado Rafael para proporcionar momentos de liberdade e descontração, ou de alento nas situações difíceis.
Rafael assumiu todas as funções com relação ao jovem Imperador, dando lhe afeto, carregando-o nos ombros e lhe dando refúgio no seu quarto quando não queria estudar. Assim como dormindo próximo a ele quando se assustava nas noites, contando-lhe histórias de ninar ou para sua diversão, arrumando-lhe a roupa e dando banhos.Com o passar dos anos o Imperador-Menino ensinou seu protetor Rafael a ler e a escrever.
O Primeiro Criado Particular do Imperador se manteve por mais de trinta anos ao lado de Dom Pedro II em suas funções, acompanhando-o em todas as suas viagens, e como amigo até o fim de sua vida.
Já muito velho, Rafael, com noventa e oito anos, faleceu em 16 de Novembro de 1889, abalado ao tomar conhecimento da prisão do Imperador Dom Pedro II no Paço Imperial e a Proclamação da República. De acordo com Múcio Teixeira, autor de uma versão romanceada de sua vida, intitulada “O Negro da Quinta Imperial”, suas últimas palavras foram:
“Que a Maldição de Deus caia sobre a cabeça dos algozes do meu Senhor!”

Pró Monarquia

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