ANTONIO CONSELHEIRO
“Aniversário do assassinato”
(Faz hoje 116 anos)
No dia 13 de março de 1.830, nasce, no sertão do
Ceará, na Vila do Campo Maior, Antônio Vicente Mendes Maciel, filho do
comerciante Vicente Mendes Maciel e de Maria Joaquina de Jesus. Mais tarde
viria a ter o apelido de Antônio Conselheiro. Desde sua juventude sentiu e
percebeu as injustiças praticadas contra o povo pobre do sertão (composto por
ex-escravos, indígenas mestiços) e cresceu nele o desejo de libertar este povo
das péssimas condições em que viviam.
Tornou-se educador e missioneiro laico e, durante
suas pregações pelo sertão, durante mais de 20 anos, foi deixando por onde
passava as marcas de sua fé e do seu compromisso social, construindo, mediante
trabalho comunitário, pequenas represas, capelas, cemitérios, etc.
Conselheiro casa-se com Brasilina Laurentina de
Lima, sua prima, aos 27 anos. Quatro anos depois, Conselheiro flagra sua esposa
traindo-o com um sargento em sua própria casa. Abandona o lar e vai para o
Cariri.
Depois de vinte anos de peregrinação pelo nordeste (ele
perambulou pelo Ceará, Sergipe, Pernambuco e Bahia), amado pelo povo e visto
como um Messias ou um profeta por alguns, incompreendido e perseguido pelas
autoridades, Conselheiro observou de perto o atraso em que o povo se encontrava
e o descontentamento que eles sentiam. Assim, resolveu, na última década do
século XIX, pôr em prática seu objetivo de formar uma comunidade igualitária:
Belo Monte (Canudos, no interior da Bahia). Rapidamente, a comunidade cresceu e
tornou-se uma das maiores cidades do nordeste, com 25.000 habitantes.
Organizada, religiosa, produtiva e comunitária.
A reação das pessoas de posses, dos políticos e de
alguns setores da igreja, deu início à Guerra dos Canudos, que teve seu início
em 1.896, a maior guerra campesina do século XIX. As três primeiras expedições
militares foram derrotadas pelos sertanejos. A quarta expedição da polícia e do
exército, formada por milhares de homens, potentes canhões e liderada por Artur
Oscar, conseguiu, no dia 5 de outubro de 1.897, tomar a cidade de Canudos.
Todos os habitantes foram mortos (nem as crianças
foram poupadas). Canudos virou cinzas, mas também se tornou, por seu sonho e
resistência, símbolo de luta e esperança de outro Brasil.
Vítima de ferimentos causados pela explosão de uma
granada, Antônio Conselheiro morre em 22 de setembro de 1.897
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