BOI
VELHO
João Henriques da
Silva
(In Memoriam
20/09/1901 – 16/04/2003)
A fazenda Boi Velho abrangia uma
área que se distendia para além da crista da serra das barrigudas. Toda essa
enorme extensão de terras pouco cultivadas pertencia a uma única família, a
família Torres, que nem sequer avaliava o que possuía. A casa grande da fazenda,
de quatro águas como se dizia naqueles tempos; localizava-se no meio das caatingas
donde se avistava o lombo da serra azulada no horizonte. Cheia de portas e
janelas, com um mirante ao lado, dava-lhe certa imponência e de lá se divisava a
distância a torre da igreja do povoado Salgado. Na várzea do Icó onde as
elevações das margens se avizinhavam, lá estava o açude, onde águas represadas
pareciam um grande lago espelhado no meio das caatingas. Ali bebiam os gados e
faziam-se as pescarias temporárias ou quando se desejava fritar alguns piaus ou
curimatãs. Pouco se cuidava de agricultura propriamente do fazendeiro. As
lavras ou roças pertenciam aos moradores distribuídos pela propriedade e,
muitos deles encarregados da defesa da casa e do patrimônio. O coronel Torres,
sempre acompanhado, percorria constantemente os vastos campos, montado num de seus possantes e
treinados cavalos de sela. Já sabia onde pastavam os gados nas diversas fases
do ano. Durante o período chuvoso, a gadaria detinha-se nas pastagens dos
tabuleiros e durante o período seco espalhava-se pelas serras ou pelas
quebradas da serra das Barrigudas. Dificilmente uma seca impunha a queima de
“espinhos” para refrigerar os rebanhos.
A fazenda Boi Velho criara fama na região. Não
se entrava ali sem conhecimento do proprietário, para qualquer diligência, mesmo
a policia. Aliás, em qualquer circunstância o coronel Torres ditava as regras
do jogo. Ele mesmo mandava ou não a pessoa infratora se entregar.
Bastaria ser avisado. Havia respeito
e homens de bem.
O casal Torres e seus três filhos
constituíam um exemplo de família. Todos os filhos estudaram em Cajazeiras, a
terra do padre Rolim. Ali só se discutia em termos de família, sem amargor e
sem egoísmo. Antonio Torres, o do meio, rapagão rígido e alegre, tinha uma boa
pontinha de orgulho de ser Torres. Não pelos haveres da família, mas pela
consideração que mereciam.
Em Boi Velho não se praticava arbitrariedade e
se amparava os injustiçados. O coronel Torres sabia distinguir coragem de
valentia. Arruaceiro e ladrão não botavam os pés ou esquentavam o assento nos
seus domínios. Também não tolerava amancebado, nem se bulia impunemente com a
filha de ninguém.
– Quer mulher, que se case!
Era o lema. E ninguém se atrevia a
desobedecer.
Com duas filhas moças dentro de
casa, dona Angélica vivia preocupada. Moça era para se casar e no meio daqueles
tabuleiros e pés de serra sertanejos tudo lhe parecia difícil. Uma visita ou
outra de tempos em tempos não ofereciam oportunidades ao surgimento de afeições
que pudessem conduzir a um noivado. E mais ainda, dada à condição social da
família, muitos rapazes não procuravam se aproximar. E seria, talvez, entre
esses moços simples, onde estariam os melhores partidos para suas filhas.
Dona Angélica desejava mudar-se para
uma boa cidade, com o pensamento voltado unicamente para suas filhas moças.
Gostava da vida tranqüila da fazenda, mas não lhe parecia justo manter as meninas,
como ela chamava, naquele internato da roça. Falou com o Sr. Torres que não
concordou com a idéia. Iria sim fazer passeios mais demorado, assistir festas,
dar às filhas as oportunidades que foram sugeridas. Não seria fácil, a ele,
adaptar-se ao ambiente das cidades, fazer novo relacionamento; em fim mudar
completamente seus hábitos tradicionais de homem do campo. O seu meio era
aquele, com os seus compadres, suas comadres, seus vaqueiros, o açude, as
pescarias, os gados, as casas e as famílias dos moradores. Até mesmo a
passarada que habitava o velho pomar de mangueiras, cajueiros, goiabeiras e
coqueiros. Iria lhe fazer imensa falta. São pequenas coisas que se grudam ao
coração das pessoas e não podem se despregar sem uma mutilação sentimental.
Reconhecia que as filhas exigiam um ambiente social bem diferente. Mas sentia-se
sem condição de acompanha-las na mudança.
Instalaria casa na cidade próxima,
isto sim, e lá habitariam mulher e filhas, se assim o desejassem. E a
iniciativa vingou. Ele mesmo passaria na cidade, apenas os dias de finais de
semana. Depois, quem sabe, poderia até acomodar-se.
- Toma conta de tuas filhas.
O coronel Torres mudou-se em
definitivo para a cidade. Não perdia missa.
- Olha estás muito misseiro. Não
eras assim de certo tempo para cá. Será que está acontecendo alguma coisa. Abre
teus olhos. Se te pego bicho, arranco-te o fígado e dou aos gatos.
- Vou por pura fé, Angélica.
- Em todo caso vou te prestar mais
atenção. Há muita mulherzinha saçaricada por aí. E está historia de te mudares
para cá pode ter água no bico.
- Em minha idade, Angélica?
- Para safadeza não há idade. E há
tanto velhote enxerido. E logo tu, criado e mantido com leite puro e carne de
sol sertaneja. Além disto, tenho notado que me andas de bigode bem aparadinho,
cabelos bem penteado, gravata nova e vistosa. Vou findar amassando tuas roupas
e escondendo as loções e brilhantinas.
- Que bobagem, Angélica. São
exigências, da sociedade. Como queres que eu ande?
- Com vergonha nessa cara de
pilantra.
- Está certo. Entra pro quarto.
- Há esta hora?
- Toda hora é hora para rezar...
A cidadezinha teve assunto por
vários dias. A família Torres mudara-se para a cidade. Comprara a casa grande
de Seu Abílio, a mais importante moradia do lugar. Espaçosa, alta, cercada de
varandas e um quintal que parecia um sítio.
- É isto mesmo, cheio das granas,
faz o que quer. Seu Abílio está de bolso apipado. Velho de sorte. Iria morrer
dentro daquele convento e sem dinheiro para o enterro. Cada um tem o seu dia.
A mansão, toda pintada de róseo, por
fora, tomara logo outro aspecto. Tinha-se a impressão de que estava novinha em folha.
A rapaziada agitou-se, não com a renovação, mas com as duas moças que
frequentemente desfilava pelas varandas ou ficavam nas cadeiras de balanço das
alpendradas, como dois frutos que deveriam ser colhidas antes da maturação. Não
eram modelos de beleza, mas tinha o todo agradável, uma simpatia dessas
simpatias de sertanejas sorridentes e atrativas. Ademais, cheiravam a moças
ricas. Como eram de esperar não faltaram visitas e mais visitas. Com pouco
tempo estava formado o novo ambiente social para uma desforra de tantos anos de
recolhimento na roça.
Não tardaram as serestas, fossem ou
não noites de luar, à exceção dos dias em que o coronel Torres estava em casa.
Lia e Lina estava de espírito
renovado.
Pensavam no dia do aniversário das
duas, gêmeas que eram. Se na fazenda a comemoração era singela, com alguns
doces e abraços, ali na cidade sonhavam com uma festividade bem diferente,
inclusive com muitos convidados e uma dança de pegar o sol com a mão. Quanto do
restante, já se sabia o que desejavam. Mas, nada iria acontecer se o papai não consentisse
o que seria pouco provável. No sábado, dia de feira, Torres deveria chegar.
Quem, no entanto teria coragem para tocar no assunto. Apenas dona Angélica
poderia sugerir-lhe, sem, todavia, falar em nome dos filhos e como se elas
ignorassem o que pretendia fazer.
- Torres, deve está lembrado que as
meninas aniversariam no próximo dia 18 de março. Até hoje não festejamos o seu
aniversário como elas merecem. Sabes também que aqui na cidade têm os olhos em
cima da família Torres. E se chegarem, a saber, que deixamos de festejar o
aniversário das duas, iria com certeza nos censurar. Elas ficariam muito
felizes se lhes prestássemos essa homenagem.
- Concordo contigo, Angélica, mas
conheço pouca gente daqui e temo desagradar alguns que, por acaso, não sejam
convidados. Até mesmo pessoas de destaque social.
- Por isto não. Eu me encarregaria
dos convites. Já tenho algumas amigas entre casadas e moças, o que facilitará
os convites. É necessário também que te tornes mais popular. Uma festa simples,
mas, que agrade a todos. Naturalmente as despesas com jantar, e bebidas e
arranjos não serão desprezíveis, no entanto, também não serão exageradas.
Faremos o máximo de economias. O bolo de aniversário sabe bem que eu e as
meninas o faremos. Igualmente bolinhos, pastéis e impadas.
Posso comunicar às meninas?
- Pensa bem. Vão ter muito trabalho
e eu não tenho jeito para essas coisas. Além disto, não podemos decepcionar os
convidados.
- Há mais um detalhe. Aqui no
interior uma festa de aniversario sem baile, não se coaduna com os hábitos do
povo.
- Isto vai complicar as coisas. E,
além disso, as meninas creio, nem sabem dançar. Seria um fiasco. Igualmente,
julgas conveniente encher a casa de rapazes? Quero ver nossas filhas agarrar
com qualquer um!...
- Qual é a moça que não sabe dançar,
Torres. Já nascem sabendo. Poderão também treinar uma com as outras, semanas
antes. Moças deste sertão dançam mais do que carrapeta... E quanto a rapazes,
só convidaremos gente limpa, de boa família.
- Mas tem muito cabritinho enxerido.
- Ora, se alguém faltar com decoro,
convida-se para sair ou chama-se atenção.
- Eu mesmo não vou fiscalizar nada.
- Também não irá precisar. Ficarás
para lá tomando tuas cervejas com teus amigos. Mas tem uma coisa, não vai te
enxerir para o lado das mulheres.
- eu, com esta cara. Achas?
- Sei lá. Há muita dona que não
escolhe cara, e, sente orgulhosa em flertar com o dono da festa, fazer certas
intimidades com o coronel Torres, o maior fazendeiro da terra. Vê bem.
- Não deverias ter me chamado
atenção para essas coisas. Não se catuca o cão com vara curta...
- Pois sim. Não te metas...
- Vai depender das circunstâncias...
- Bem, vocês que se encarreguem de
tudo tivestes uma ótima idéia. Mas abres os olhos de Lia e Lina. Que não se
soltem, senão acabarei com a alegria...
- Deixa as meninas para lá. Elas têm
muito juízo e sabem bem o que fazem.
- Meçam bem a coisa para não faltar
nada. Toma a chave das gavetas. Mas não me arrebentem.
- Que nada. Tudo será
especificamente calculado.
E, afinal, chegou o 18 de março. Não
faltou quem viesse ajudar nos preparativos. Senhoras, moças e alguns rapazes.
Mesas trazidas pelos convidados
encheram a sala e as varandas. Seria uma coisa jamais vista na cidade.
O coronel Torres entrou em casa e
admirou o arranjo – Mulherzinha danada prometeu e fez melhor do que esperava.
Deveriam ter esvaziado as gavetas. Disfarçadamente foi revista-las. Parecia até
que não havia bulido no dinheiro. – Mulher faz milagre. Tomou logo uma cerveja,
acendeu um cigarro e pôs-se a observar o movimento, o entra e sai das pessoas,
que colaboravam. E considerou que o lugar de se viver era mesmo na cidade. Lá
no mato ninguém se animava a tanto. Servia só para juntar dinheiro, dormir cedo
e ouvir a passarada cantar. Já estava mesmo no tempo de mudar de vida.
E, no mesmo momento, tomara a
decisão de mudar-se também. Fazenda uma vez ou outra. O filho que tomasse conta
com os vaqueiros e moradores, já estava ficando velho e precisava descansar e
mais conforto. O filho bem que poderia se casar e ficar por lá até se enjoar
também.
À tardinha a casa começou a se
encher inclusive de gente pobre que tinha lá atrás numa palhoça. Dona Angélica
não se esquecera de ninguém. Uma varanda, a de frente, destinada aos homens
mais respeitáveis. As duas outras para as mulheres e a mocidade. Velho lá para
um canto, comendo, bebendo e batendo papo. Contando casos, vantagens e anedotas
ou mesmo mentindo. Tudo dava no mesmo, contanto que deixasse em liberdade o
restante. Um grupo de mocinhas da terra servia atenciosamente. Meninas
escolhidas, de boa aparência e desembaraçadas. Somente isto já era um atrativo.
E delas se aproveitam os respeitáveis chefes de família no terraço da frente. E
o mais curioso é que elas gostavam de ser admiradas. Palmadinhas, ligeiros
beliscões, batidas de joelho nas pernas. Pena era que as patroas tão confiantes
não vissem...
Depois de apagadas as velinhas,
sopradas pelas duas ao mesmo tempo, o sanfoneiro derreteu a concertina e os
pares encheram o salão. Lia e Lina foram as primeiras a dançarem sozinhas. Uma
valsa bem ensaiada. Na verdade já estavam com dois namorados. Até os “respeitáveis”
foram presenciar o inicio do baile.
- Bem que dizia Angélica. Moça já
nasce sabendo dançar. Que diabo estava eu fazendo nos matos tanto tempo.
Matando minha mulher e minhas filhas de solidão!
Quando as duas pararam, beijou a
ambas e desejou-lhe felicidades. Mas foi se sentar preocupados e quem seria os
dois que dançaram com as filhas. Se não foi coisa já planejada, estava visto
que era começo de namoro. Aliás, muito parecidos, os dois. Caras de irmãos.
Coisa preparada pela Angélica e as meninas, com certeza. A festa quase amanhece
o dia. Ninguém desejava deixar um ambiente tão agradável, tão convidativo.
A festa deixou marcas na cidade e no
povo. Sem luxo, mas, completa.
O velho Torres queria fazer
perguntas, mas não encontrava jeito. Não era habituado a dar confiança com
perguntas que consideravam infantis ou de alcoviteiro. Não fazia perguntas, mas
ficava se mordendo de curiosidade. Ficara lá para um recato com os amigos e não
prestara atenção no volteado da juventude e das mulheres que atiçavam namoros.
As filhas eram duas inocentes. Criadas na roça e em internato de freiras,
coitadas, não possuíam experiência da vida social. Andava de orelha e nariz no
ar para ver se pescava conversações e comentários da festa. Observava que a
mulher e as duas teciam as coisas quase em silêncio, o que o intrigava. Estava
como se tivesse ido a Roma e não tivesse visto o Papa. E chegou a um ponto que
não se conteve. À hora do almoço, abriu a conversa. – Então, gostaram da festa.
- Ora, Torres, foi excelente.
- Maravilhosa! Papai.
- Ainda bem que gostaram e devem ter
se distraído bastante.
- Fizemos muitas amizades,
conhecemos muitas moças, muito rapazes, muitas senhoras distintas.
- Ainda bem que se não foi em vão
que fizemos à festa. Havia-se de comemorar o aniversário de vocês duas.
Também já era tempo, meninas. Na
roça a gente nem se lembra dessas coisas. Trabalha-se, trabalha-se e dorme-se
com uns anjinhos implumes. Vida saudável, mas sem esses atrativos. Afinal, o
baile foi como desejavam?
- Bom até demais. Muita moça...
- E a rapaziada conduziu-se bem?
Ah! Muito respeito e muita alegria.
Para o Torres a coisa continuava
indefinida. O coronel Torres era experiente e ficou à escuta. Na hora da missa
observava as filhas e nem tinha tempo de prestar atenção ao ofício e ao sermão
do vigário. E foi então que notou que dois rapazes estavam de olho nas meninas.
Elas cochichavam e riam com os olhos. E depois da missa o coronel saudou-os.
Que tal o sermão do padre. Não acharam a missa um tanto arrastada. Pareceu.
- Não, pai. Tudo tão curto.
- E sobre que falou o vigário, no
sermão?
- Só me lembro do fim, quando falou
sobre a caridade e pediu espórtulas para a igreja, como sempre faz.
- Mas, olhe, na igreja ninguém
cochicha. É falta de respeito a Nosso Senhor. E como um assunto puxa outro, não
se encontraram por acaso com pessoas que vieram à nossa festinha? O que dizem a
respeito. É conveniente ouvir para evitar falha no futuro.
- Temos visto muitas e todas estão
esperando por outro aniversário. Hoje na igreja vimos várias pessoas que
sorriem para a gente num sinal de que gostaram.
- Quem aprecia mais, as moças ou os
rapazes. Sei que minha turma adorou.
- Rapazes e moças. Quanto às
senhoras mamãe é quem sabe...
O coronel Torres percebia que as
meninas eram mais sagazes do que pensava. Deixava-o sempre no ar.
Foi à fazenda, como de costume, mas
resolveu, de caso pensado, voltar no dia seguinte à noite. E foi aí que
descobriu o segredo das meninas. Pegou-as com os namorados na maior efusão. E
certificou-se então que a festa não fora em vão. O susto dos quatros deixou-os
tontos.
O Torres, no entanto, desfez o
vexame. Cumprimentou os moços com alegria, ofereceu-lhes a casa e entrou para
comentar com dona Angélica.
- Parece que as meninas estão
progredindo. Dava-me pena aquela vida de isolamento da fazenda. Afinal de
contas as moças têm direito a uma convivência mais afetiva.
- Pelo que noto Torres, vai dar em
casamento. As meninas não falam noutra coisa. Apenas tinham receio de tua
reação.
- Ora mulher, moça que não se casa
termina insuportável e frustrada. E os dois. Quem são?
- Ah! Gente das melhores famílias.
Não são pessoas ricas, mas, excelentes rapazes.
- Elas não precisam de dinheiro,
mulher, mas unicamente de bons maridos. Dinheiro dar conforto, mas não dá
felicidade a ninguém. As vezes até atrapalha.
- Um é filho de fazendeiro e o outro
de comerciante. Freqüentaram colégio, mas preferiram o campo e a loja. Dizem
minhas amigas que não podia haver melhor escolha. São aqueles dois que dançaram
a valsa com elas. E são muito religiosos.
- Vi-os na igreja e não tenho
dúvidas disso. Apenas os santos de sua devoção não era Nossa Senhora da
Conceição. Eram santas Lia e santa Lina. E olha os quatro nem sabem para onde
foi missa e sermão. Essa história de namoro em casa de oração é um ato
pecaminoso.
- E onde foi que nos conhecemos, hem
Torres? Só faltava me agarrar na igreja. Pelo menos me engolia com os olhos e
bulias comigo nos gestos. Nem sei como o padre não te expulsava da igreja. Lá a
rapaziada e as moças vão mais para namoro mesmo. Essa história de terço e livro
de reza nas mãos é somente aparência. E há por ventura, religião melhor do que
um bom namoro. E se acabasse com namoro nas igrejas católicas, só iriam lá os
velhos e isto mesmo nem todos. Um sorriso trocado na igreja é a mais milagrosa
água-benta. Não sei por que, mas é assim mesmo. Bem sabes disto...
*O
conto faz parte do livro “Vidas Nordestinas”, no prelo.
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