DIÁLOGO
SOBRE A MORTE*
- Mestre, - pergunta o discípulo –
qual a maior certeza da vida?
- A morte. Ninguém fica para
semente.
- Terrível pensar que um dia a
Vida se extinguirá em nós!...
- A vida é eterna. A morte é
apenas a outra face de uma mesma moeda.
- Deve ser muito triste partir...
- Considere a felicidade de
regressar. Na espiritualidade não há as limitações físicas.
- Tenho medo.
- Naturalmente. Há o instinto de
conservação e raros conseguem desapegar-se das situações humanas...
- Principalmente da família. Apavora-me
a perspectiva de deixar os entes queridos...
- A morte não desfaz as ligações
afetivas.
- Mas nos separa...
-... Transitoriamente. Nossos amados
também morrerão.
- Tornarei a vê-los?
- Fatalmente. O amor é à força de
gravidade das almas. Os que se amam legitimamente permanecem ligados para
sempre.
- Não me conformo com a
perspectiva de perder tudo.
- A Virtude e a Sabedoria são patrimônios
inalienáveis. Sustentam nossa felicidade onde estivermos.
- Existe uma fórmula para definir
quando chegará nossa hora?
- A Morte assemelha-se a um
ladrão. Ninguém sabe quando virá.
- Como preparar-me?
- Vivendo cada dia como se fosse o
último.
- Qual a orientação fundamental?
Evitar o mal?
- Muito mais que isso: praticar o
bem!
- Alguma prioridade? A família?...
-... Universal. Somos todos irmãos!...
A existência humana é apenas um
momento na vida Eterna.
O grande problema é que os homens
pretendem fazer desse momento uma eternidade, apegando-se às paixões e
interesses do Mundo, distraídos das finalidades de aprendizado e renovação da
jornada terrestre.
Por isso desajustam-se diante da Morte.
*Extraído do livro Endereço Certo de Richard
Simonetti.
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