sábado, 27 de julho de 2019






Passei a semana meio chateado. Fui furtado. Levaram minhas galinhas. Joguei pragas, mandei rezar para o desgraçado devolvê-las, fiz tudo o que minha pobre imaginação mandava.
Hoje à tarde voltando de uma reunião espírita, o tema – São Francisco e suas obras de caridade e amor para com os bandidos que viviam assaltando os caminhos que levava a seu mosteiro – casa de caridade.
Lembrei-me da angustia que teve Augustos do Anjos, quando condenavam sua ama de leite. E, aí pensei, quem sabe se não fiz pior do que dos Anjos com a pobre Guilhermina???

RICORDANZA DELLA MIA GIOVENTÚ
A minha ama de leite Guilhermina
Furtava as moedas que o doutor me dava.
Sinhá-Mocinha, minha Mãe, ralhava...
Via naquilo a minha própria ruína!

Minha ama, então, hipócrita, afetava
Suscetibilidades de menina:
"- Não, não fora ela! -" E maldizia a sua sina,
Que ela absolutamente não furtava.

Vejo, entretanto, agora em minha cama,
Que a mim somente cabe o furto feito...
Tu só furtaste a moeda, o oiro que brilha...

Furtaste a moeda só, mas eu, minha ama,
Eu furtei mais, porque furtei o peito
Que dava leite para a tua filha!




segunda-feira, 24 de dezembro de 2018








Senhor, Nesta Noite Santa, depositamos diante de Tua manjedoura todos os sonhos, todas as lágrimas e esperanças contidos em nossos corações. Pedimos por aqueles que choram sem ter quem lhes enxugue uma lágrima. Por aqueles que gemem sem ter quem escute seu clamor.
Suplicamos por aqueles que Te buscam sem saber ao certo onde Te encontrar. Para tantos que gritam paz, quando nada mais podem gritar. Abençoa, Jesus-Menino, cada pessoa do planeta Terra, colocando em seu coração um pouco da luz eterna que vieste acender na noite escura de nossa fé.
Fica conosco, Senhor! Assim seja! Feliz Natal!

São dos votos de Grijalva e família

sábado, 8 de setembro de 2018

Raios, Ondas, Médiuns, Mentes...


Raios, Ondas, Médiuns, Mentes...
A Ciência do século 20, estudando a constituição da matéria, caminha de surpresa a surpresa, renovando aspectos de sua conceituação milenar. Não obstante a teoria de Leucipo, o mentor de Demócrito, o qual, quase cinco séculos antes do Cristo, considerava todas as coisas formadas de partículas infinitesimais (átomos), em constante movimentação, a cultura clássica prosseguiu detida nos quatro princípios de Aristóteles, a água, a terra, o ar e o fogo, ou nos três elementos hipostáticos dos antigos alquimistas, o enxofre, o sal e o mercúrio, para explicar as múltiplas combinações no campo da forma. No Século XIX, Dalton concebe cientificamente a teoria corpuscular da matéria, e um maravilhoso período de investigações se inicia, através de inteligências respeitabilíssimas, renovando ideias e concepções em volta da chamada ―partícula indivisível‖. Extraordinárias descobertas descortinam novos e grandiosos horizontes aos conhecimentos humanos. Crookes surpreende o estado radiante da matéria e estuda os raios catódicos. Röntgen observa que radiações invisíveis atravessam o tubo de Crookes envolvido por uma caixa de papelão preto, e conclui pela existência dos raios X. Henri Becquerel, seduzido pelo assunto, experimenta o urânio, à procura de radiações do mesmo teor, e encontra motivos para novas indagações. O casal Curte, intrigado com o enigma, analisa toneladas de pechblenda e detém o rádio. Velhas afirmações científicas tremem nas bases. Rutherford, à frente de larga turma de pioneiros, inicia preciosos estudos, em torno da radioatividade. O átomo sofre irresistível perseguição na fortaleza a que se acolhe e confia ao homem a solução de numerosos segredos. E, desde o último quartel do século passado, a Terra se converteu num reino de ondas e raios, correntes e vibrações. A eletricidade e o magnetismo, o movimento e a atração palpitam em tudo. O estudo dos raios cósmicos evidencia as fantásticas energias espalhadas no Universo, provendo os físicos de poderosíssimo instrumento para a investigação dos fenômenos atômicos e subatômicos. Bohrs, Planck, Einstein erigem novas e grandiosas concepções. O veículo carnal agora não é mais que um turbilhão eletrônico, regido pela consciência. Cada corpo tangível é um feixe de energia concentrada. A matéria é transformada em energia, e esta desaparece para dar lugar à matéria. Químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como consequência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo 8 – Francisco Cândido Xavier (André Luiz) serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas. Os laboratórios são templos em que a inteligência é concitada ao serviço de Deus, e, ainda mesmo quando a cerebração se perverte, transitoriamente subornada pela hegemonia política, geradora de guerras, o progresso da Ciência, como conquista divina, permanece na exaltação do bem, rumo a glorioso porvir. O futuro pertence ao Espírito! E, meditando no amanhã da coletividade terrestre, André Luis organizou estas ligeiras páginas, em torno da mediunidade, compreendendo a importância, cada vez maior, do intercâmbio espiritual entre as criaturas. Quanto mais avança na ascensão evolutiva, mais seguramente percebe o homem a inexistência da morte como cessação da vida. E agora, mais que nunca, reconhece-se na posição de uma consciência retida entre forças e fluidos, provisoriamente aglutinados para fins educativos. Compreende, pouco a pouco, que o túmulo é porta à renovação, como o berço é acesso à experiência, e observa que o seu estágio no Planeta é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior. E, na grande romagem, todos somos instrumentos das forças com as quais estamos em sintonia. Todos somos médiuns, dentro do campo mental que nos é próprio, associando-nos às energias edificantes, se o nosso pensamento flui na direção da vida superior, ou às forças perturbadoras e deprimentes, se ainda nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada. Cada criatura com os sentimentos que lhe caracterizam a vida íntima emite raios específicos e vive na onda espiritual com que se Identifica. Semelhantes verdades não permanecerão semi-ocultas em nossos santuários de fé. Irradiar-se-ão dos templos da Ciência como equações matemáticas. E enquanto variados aprendizes focalizam a mediunidade, estudando-a da Terra para o Céu, nosso amigo procura analisar-lhe a posição e os valores, do Céu para a Terra, colaborando na construção dos tempos novos. Todavia, o que destacamos por mais alto em suas páginas é a necessidade do Cristo no coração e na consciência, para que não estejamos desorientados ao toque dos fenômenos. Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida. André Luis é bastante claro para que nos alonguemos em qualquer consideração. Cada médium com a sua mente. Cada mente com os seus raios, personalizando observações e interpretações. E, conforme os raios que arremessamos, erguer-se-nos-á o domicilio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam. Isso, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus: — A cada qual segundo suas obras.
Emmanuel Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1954.

domingo, 25 de março de 2018

GEAPE



GRUPO DE ESTUDO - AVENTURA - PESQUISA.
Fundado em 02 de fevereiro de 2015

Coordenador
Grijalva Maracajá Henriques

Campina Grande – Paraíba
083 33223099 – ZAP 991401855 – 999437319 - 998382100
Convidamos todos os historiadores, pesquisadores, estudiosos, aventureiros e simpatizantes para conhecimento Universal, para abrilhantar este grupo. Primeiras ideias de visitação e estudos dos seguintes locais conforme programação abaixo. Recebemos de bom grado inscrições e sugestões para enriquecer nosso grupo.

Programação para visitação em 2017/18

Fevereiro/2018 Realizado           - Serra da Capivara/Piauí
Sem data                                            - Princesa Isabel/Paraíba
Sem data                                            - Paulo Afonso/Canudos/ Bahia
Sem data                                            - Pedra de Itacoatiara- Ingá/Paraíba
Agosto/2017 Realizado                                - Pedra do Reino - São Jose do Belmonte/Pernambuco
Sem data                                            - Xingó - Piranhas/Alagoas e Canindé do São Francisco/Sergipe
Sem Data                                           - Lenções Maranhenses/ Maranhão
Sem Data                                           - Chapada dos Veadeiros/ Goiás
Sem Data                                           - Vale dos dinossauros/Sousa/PB
Sem data                                            - Lajedo do Pai Mateus/Cabaceiras/PB
Sem data                                            - Parque Estadual da Pedra da Boca/Araruna/PB

Viajamos de carro, moto e a cavalo.
 Participantes
Gérsio Fabiano – Serra Branca/PB
Juarez Rodrigues do Nascimento - Campina Grande/PB
Inácio Gonçalves – Esperança/PB
Leonardo Alves – Campina Grande/PB
José Maximino Pinto Barbosa - Campina Grande/PB



terça-feira, 26 de dezembro de 2017





AS LICHIAS DO DR. JOÃO

Franco Neves
21 de dezembro às 22:39



São tantas coisas incríveis que partiram de tua sabedoria e dedicação, que o que se pode fazer hoje é te agradecer e tecer palavras de gratidão e amor por sua luz em nossas vidas.
O que vemos nas fotografias à cima é mais uma comprovação desse impressionante dom de fertilizar e fazer ser útil tudo em que tocas.
O fruto que é destaque na imagem e nos abrilhanta com sua exoticidade, é uma espécie de frutífera da família das "Sapindaceae", mais conhecida como Lichia.
Dentre centenas de espécies plantadas em nossa granjinha, que se perde na contagem a variedades que já se plantou, cresceu, frutificou, colheu, doou, essa foi a mais exótica e difícil de produzir. Era uma mão abençoada. Não bastava mais ser o agrônomo renomado e humildade que foi. Quando se descobria algo de suas façanhas, já eram por recortes de revistas, nas homenagens guardadas (sem muita ostentação do agraciado), ou por ex-alunos, ex-funcionários e pesquisadores que buscavam em suas obras, luz para outros projetos. Como o seu livro "O CAROÁ" , que hoje faz parte dos acervos de Harvard, momento no qual a universidade remeteu uma carta pedindo copia desta obra. Nunca ostentou a grandeza que o fez ser chamado de o “mago do arroz". Mago não pelo porte físico, mas sim pela magia que suas falanges causavam.
Hoje meu avô, temos a satisfação de provar do fruto da imagem. Fruto que não reproduz no nordeste. Fruto de regiões frias e que precisam de uma quantidade de características climáticas para florescer, reproduzir e frutificar. Pois é.... Mais uma vez sua magia deu certo. Após 20 anos do plantio estamos colhendo e saboreando mais uma de suas obras.
Minha mãe me contava que logo quando plantada a muda, o senhor já com mais de 85 anos, falara que: - Eu não irei provar, mas meus netos irão!!! O que mostra o quão grande é o senhor. Não aprendia, não trabalhava, não plantava pra si... Plantava para os que viessem à frente. Era tudo pelo amor à agricultura e para que sua família aproveitasse os frutos de tanto trabalho.

Finalizando, falo sobre a maior ação de tuas mãos, que foi tocar nas mãos de Da. Nícia e cultivar um amor de 75 anos, que até hoje produzem frutos. Frutos plantados pelo senhor!!

quinta-feira, 2 de março de 2017

ASSIS CHATEAUBRIAND BANDEIRA DE MELO





Assis Chateaubriand

Nome completo Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello
Nascimento    4 de outubro de 1892
Umbuzeiro, Paraíba Brasil.
Morte  4 de abril de 1968 (75 anos)
São Paulo, São Paulo Brasil.
Nacionalidade            brasileiro
Ocupação       Empresário, jornalista, mecenas, político, advogado, professor universitário e escritor.
Prêmios          Prêmio Maria Moors Cabot (1945)
Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, mais conhecido como Assis Chateaubriand ou Chatô, (Umbuzeiro, 4 de outubro de 1892 — São Paulo, 4 de abril de 1968) foi um jornalista, empresário, mecenas e político destacando-se como um dos homens públicos mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 1960. Foi também advogado, professor de direito, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras Chateaubriand foi um magnata das comunicações no Brasil entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1960, dono dos Diários Associados, que foi o maior conglomerado de mídia da América Latina, que em seu auge contou com mais de cem jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e agência telegráfica.  Também é conhecido como o cocriador e fundador, em 1947, do Museu de Arte de São Paulo (MASP), junto com Pietro Maria Bardi, e ainda como o responsável pela chegada da televisão ao Brasil, inaugurando em 1950 a primeira emissora de TV do país, a TV Tupi. Foi Senador da República entre 1952 e 1957. Figura polêmica e controversa, odiado e temido, Chateaubriand já foi chamado de Cidadão Kane brasileiro, e acusado de falta de ética por supostamente chantagear empresas que não anunciavam em seus veículos e por insultar empresários com mentiras, como o industrial Francisco Matarazzo Jr. Seu império teria sido construído com base em interesses e compromissos políticos, incluindo uma proximidade tumultuada porém rentosa com o Presidente Getúlio Vargas.
Filho de Francisco José Bandeira de Melo e de Maria Carmem Guedes Gondim foi batizado Francisco de Assis por ter nascido no dia dedicado ao santo, a quem a mãe era devota. O nome "Chateaubriand" tem origem na admiração do pai pelo poeta e pensador francês François-René de Chateaubriand, a ponto de comprar uma escola em meados do século XIX, na região de São João do Cariri/PB, dando-lhe o nome do pensador francês. Logo, Francisco José passou a ser conhecido na região como "seu José do Chateaubriand", que, por corruptela, derivou para "José Chateaubriand". O nome ficou tão vinculado a Francisco José que ele batizou seus filhos com o sobrenome francês.
Chateaubriand casou-se uma vez apenas, com Maria Henriqueta Barroso do Amaral, filha do juiz Zózimo Barroso do Amaral. Teve três filhos: Fernando, Gilberto e Teresa. Em 1934 desquitou-se e uniu-se a uma jovem de nome Corita, com quem teve uma filha, Teresa, que decidida a deixar Chatô, levou a filha com ela. Chatô consegue sequestrar a própria filha, assumindo a paternidade e, com o apoio de Getúlio Vargas, obtém o pátrio poder.
As relações de Chatô, especialmente com os filhos, são conturbadas e repletas de grandes conflitos e separações radicais.
Nascido na Paraíba, formado pela Faculdade de Direito do Recife. A estreia no jornalismo aconteceu aos quinze anos, na Gazeta do Norte, escrevendo para o Jornal Pequeno e para o veterano Diário de Pernambuco. Neste, enfrentou uma situação inusitada: teve que dormir na redação do jornal, chegando a pegar em armas, para se defender da multidão que se empoleirava à frente do jornal em protesto contra a vitória do candidato Francisco de Assis Rosa e Silva (proprietário do jornal). Em 1917, já no Rio de Janeiro, colaborou para o Correio da Manhã, em cujas páginas publicaria impressões da viagem à Europa que realizou em 1920.
Em 1924, assumiu a direção d'O Jornal – denominado "órgão líder dos Diários Associados" – e, no mesmo ano, consegue comprá-lo graças a recursos financeiros fornecidos por alguns "barões do café" liderados por Carlos Leôncio de Magalhães (Nhonhô Magalhães), e por Percival Farquhar, de quem Chateaubriand, alegadamente, teria recebido como honorários advocatícios. Substituiu artigos monótonos por reportagens instigantes e deu certo. A partir de então, começou a constituir um império jornalístico, ao qual foi agregando importantes jornais, como o Diário de Pernambuco, o jornal diário mais antigo da América Latina, e o Jornal do Commercio, o mais antigo do Rio de Janeiro. No ano seguinte, Chatô arrebatou o Diário da Noite, de São Paulo. À altura, já possuía os jornais líderes de mercado das principais capitais brasileiras.
A ascensão do império jornalístico de Assis Chateaubriand deve ser entendida no quadro das transformações políticas do Brasil durante as décadas de 1920 e 1930, quando o consenso político oligárquico e fechado da República Velha, centrado em torno da elite agrária de São Paulo, começou a ser contestado por elites burguesas emergentes da periferia do país; não é uma coincidência que Chateaubriand tenha apoiado o movimento revolucionário de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, assim como, durante toda sua vida, tenha fanfarroneado a condição de provinciano que chegou ao centro do poder como uma espécie de bucaneiro político. A ética quase nunca constava da estratégia empresarial: chantageava as empresas que não anunciassem em seus veículos, publicava poesias dos maiores anunciantes nos diários e mentia descaradamente para agredir os inimigos. Farto de ver o nome na lista de insultos, o industrial Francisco Matarazzo ameaçou "resolver a questão à moda napolitana: pé no peito e navalha na garganta". Chateaubriand devolveu: "Responderei com métodos paraibanos, usando a peixeira para cortar mais embaixo". Foi também inimigo declarado de Rui Barbosa e de Rubem Braga. Apesar disso, Chatô teve relação cordiais (e sempre movidas a interesses econômicos) com muitas pessoas influentes: Francisco Matarazzo, Rodrigues Alves, Alexander Mackenzie (presidente do poderoso truste canadense de utilidades públicas São Paulo Tramway, Light and Power Company), o empresário americano Percival Farquhar e Getúlio Vargas.
Durante o Estado Novo, consegue de Getúlio Vargas a promulgação de um decreto que lhe dá direito à guarda de uma filha, após a separação da mulher. Nesse episódio, profere uma frase célebre: "Se a lei é contra mim, vamos ter que mudar a lei". Em 1952, é eleito senador pela Paraíba e, em 1955, pelo Maranhão, em duas eleições escandalosamente fraudulentas.
Caracterizou-se, muito embora fosse um representante típico da burguesia nacional emergente da época, pelas posturas pró-capital estrangeiro e pró-imperialismo, primeiro o britânico, depois o americano: além de muito ligado aos interesses da City londrina (a escandalosa embaixada na Inglaterra, na década de 1950, foi a realização de um velho sonho pessoal), conta a anedota que ele teria uma vez dito que o Brasil, perante os EUA, estava na condição de uma "mulata sestrosa" que tinha de aceder às vontades dos seu gigolô. Era temido pelas campanhas jornalísticas que movia, como a em defesa do capital estrangeiro e contra a criação da Petrobrás.
Chateaubriand sempre buscou adquirir novas tecnologias para os Diários Associados. Foi assim com a máquina Multicolor, a mais moderna máquina rotativa da época, sendo o grupo de Chateaubriand o primeiro e único a possuir uma por longo tempo, na América Latina; foi assim também com os serviços fotográficos da Wide World Photo, que possibilitava a transmissão de fotos do exterior com uma rapidez muito maior do que possuía qualquer outro veículo nacional. O mesmo se deu com a publicidade: grandes contratos de exclusividade para lançamento de produtos com a General Electric e para o pó achocolatado Toddy, cujos anúncios estavam sempre nas paginas dos jornais e revistas. A orientação publicitária de Chateaubriand para seus veículos começou a funcionar tão bem que os jornais dos Diários Associados passaram a anunciar os mais diversos produtos e serviços, desde modess a cheques bancários, algo tido como inédito na década de 1930, no Brasil.
Publicou mais de 11870 artigos assinados nos jornais, dando oportunidades a escritores e artistas desconhecidos que depois virariam grandes nomes da literatura, do jornalismo e da pintura, como: Graça Aranha, Millôr Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Cândido Portinari e outros.
Presidiu, entre 1941 e 1943, a Federação Nacional da Imprensa (FENAI - FAIBRA).
Com o tempo, Chateaubriand foi dando menos importância aos jornais e focando em novas empreitadas, como o rádio e a televisão. Pioneiro na transmissão de televisão brasileira, cria a TV Tupi, em 1950. Na década de 1960, os jornais atolavam-se em dívidas e trocavam as grandes reportagens por matérias pagas. Dois dos veículos de comunicação lançados no início da década de 1960 por Assis Chateaubriand, o jornal Correio Braziliense e a TV Brasília, foram fundados em 21 de abril, no mesmo dia da fundação de Brasília.
Trabalha até o final da vida, mesmo depois de uma trombose ocorrida em 1960, que o deixa paralisado e capaz de comunicar-se apenas por balbucios e por uma máquina de escrever adaptada. Em 1968, morria Chateaubriand, velado ao lado de duas pinturas dos grandes mestres: um cardeal de Ticiano e um nu de Renoir, simbolizando, segundo o protegido Pietro Maria Bardi, organizador do acervo do MASP (casado com Lina arquiteta do edifício), as três coisas que mais amou na vida: O poder, a arte e a mulher pelada. Morreu também com o império se esfacelando e com o surgimento do reinado de Roberto Marinho.
Foi um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e de 1950 em vários campos da sociedade brasileira. Assis Chateaubriand criou e dirigiu a maior cadeia de imprensa do país, os Diários Associados: 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações de televisão, uma agência de notícias, uma revista semanal (O Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias revistas infantis (iniciada com a publicação da revista em quadrinhos O Guri em 1940), e a editora O Cruzeiro.
Deixou os Diários Associados para um grupo de vinte e dois funcionários, atualmente liderados por Álvaro Teixeira da Costa. O Condomínio Acionário das Emissoras e Diários Associados é, conjuntamente, o terceiro maior grupo de comunicações do país. Tendo como carro chefe cinco jornais em grandes cidades do Brasil, líderes em suas respectivas praças (dos quinze que ainda restam).
Em 1941, promoveu a Campanha nacional da aviação, com o lema "Deem asas ao Brasil", na qual foi criada a maioria dos atuais aeroclubes pelo interior do Brasil, juntamente com Joaquim Pedro Salgado Filho, então Ministro da Guerra do governo Vargas. Com o suicídio de Getúlio Vargas, assume a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras.
Funda o Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 1947, com uma coleção particular de pinturas de grandes mestres europeus que ele adquiriu a preços de ocasião na Europa empobrecida do pós-Segunda Guerra Mundial (em aquisições por vezes financiadas à base de chantagem de empresários brasileiros), coleção esta que o presidente Juscelino Kubitschek havia tido o bom senso de, durante seu governo, colocar sob a gestão de uma fundação, em troca de auxílio governamental ao pagamento de parte da astronômica dívida do Condomínio Associado.
Em 10 de agosto de 1967, Assis Chateaubriand entregou ao reitor da Fundação Universidade Regional do Nordeste (hoje Universidade Estadual da Paraíba – UEPB), Edvaldo de Souza do Ó, o primeiro acervo do Museu Regional de Campina Grande, localizado em Campina Grande, Paraíba. O acervo foi chamado de "Coleção Assis Chateaubriand", com cento e vinte peças. A partir de então, o museu passou a ser chamado de "Museu de Artes Assis Chateaubriand".
Em fevereiro de 1960 Assis Chateaubriand foi acometido de uma trombose. Morreu em 4 de abril de 1968, em São Paulo, depois da pertinaz doença, a que ele resistiu por longos anos, continuando, mesmo paraplégico e impossibilitado de falar, a escrever seus artigos. Foi velado ao lado de duas pinturas dos grandes mestres: um cardeal de Ticiano e um nu de Renoir, simbolizando, segundo seu protegido, o arquiteto italiano e organizador do acervo do MASP Pietro Maria Bardi, as três coisas que mais amou na vida: O poder, a arte e a mulher pelada. Seu cortejo fúnebre reuniu mais de 60 mil pessoas pelas ruas de São Paulo.[21] Está sepultado no Cemitério do Araçá.
Assis Chateaubriand já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Luiz Ramalho no filme "Chateaubriand, Cabeça de Paraíba” (2000) e por Antonio Calloni em trecho da minissérie "Um Só Coração" (2004).
Chatô, o Rei do Brasil.
Guilherme Fontes adquiriu os direitos de adaptação para o cinema do livro Chatô, o Rei do Brasil, de Fernando Morais. O projeto começou a ser produzido em 1995, foi interrompido em 1999. O filme Chatô, o Rei do Brasil, lançado em 2015, tem Marco Ricca no papel de Chateaubriand. Em 2006, Fontes foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver 15 milhões de reais pela não-entrega da série de 36 documentários 500 Anos de História do Brasil. O tribunal julgou irregulares as contas da Guilherme Fontes Filmes Ltda. Embora treze episódios tenham sido produzidos e até mesmo exibidos no canal a cabo GNT, a série, um subproduto do projeto Chatô, não havia sido concluída.
Chateaubriand – Cabeça de Paraíba
Marcos Manhães Marins escreveu, dirigiu e concluiu o filme Chateaubriand – Cabeça de Paraíba, em 2000, tendo sido selecionado para quinze festivais e mostras no Brasil e no exterior, sendo uma na Bélgica e outra na França. Foi exibido na TVE e na TV Cultura, na TV Senado, Canal Brasil, TV O Norte na Paraíba, entre outras.
Enredos de escola de samba. No carnaval de 1999, o Acadêmicos do Grande Rio homenageou com o enredo Ei, ei, ei, Chateau é o nosso rei! Obtendo o 6.º lugar entre as escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A Inocentes de Belford Roxo também homenageou com o enredo Chatô – a fanfarra do homem sério mais engraçado do Brasil, terminando em 2.º lugar entre as escolas de samba do Grupo de Acesso B, quase perto de subir para o Grupo de Acesso A.
Foi o quarto ocupante da cadeira 37, eleito em 30 de dezembro de 1954, na sucessão de Getúlio Vargas, recebido pelo acadêmico Aníbal Freire da Fonseca em 27 de agosto de 1955.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Todo paraibano e tem a obrigação de ler a vida de Assis, no livro CHATÔ O REI DO BRASIL de Fernando Morais.
G. M. Henriques


sábado, 25 de fevereiro de 2017

TOMÁS DE AQUINO - PRECE

Pesquisando a vida de Tomás de Aquino, e sua Súmula Teológica, encontrei uma oração perfeitamente amoldada aos dias de hoje e vejam que ele era da Era de 1200 depois da vida de Cristo. É preciso e necessário que leiam as obras do Doutor da Igreja.

Grijalva Maracaja Henriques

Criador inefável, que, em meio aos tesouros de vossa Sabedoria, elegestes três hierarquias de Anjos e as dispusestes em uma ordem admirável acima dos Céus, que dispusestes com tanta beleza as partes do universo, Vós, a quem chamamos a verdadeira Fonte de Luz e de Sabedoria, e o Princípio supereminente, dignai-Vos derramar sobre as trevas de minha inteligência um raio de vossa clareza. Afastai para longe de mim a dupla obscuridade na qual nasci: o pecado e a ignorância. Vós, que tornais eloquente a língua das criancinhas, modelai minha palavra e derramai nos meus lábios a graça de vossa bênção. Dai-me a penetração da inteligência, a faculdade de lembrar-me, o método e a facilidade do estudo, a profundidade na interpretação e uma graça abundante de expressão. Fortificai meu estudo, dirigi o seu curso, aperfeiçoai o seu fim, Vós que sois verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e que viveis nos séculos dos séculos. Amém.


São Tomás de Aquino

domingo, 27 de novembro de 2016

TEBAS

TEBAS O ESCRAVO ARQUITETO DO SÉCULO 18
O talento de construtor transformou o escravo Tebas em figura lendária; mas até hoje continua pouco conhecido.






EM 1755, A REFORMA DA CATEDRAL FICOU PRONTA, COM A TORRE - OS PROBLEMAS TÉCNICOS FORAM RESOLVIDOS PELO, ENTÃO, ESCRAVO:

Joaquim Pinto de Oliveira, o escravo Tebas, foi responsável pela construção de obras importantes durante o século 18, como a torre da primeira Catedral da Sé, Chafariz da Misericórdia, talhou a pedra de fundação do Mosteiro São Bento, ergueu o frontispício da Igreja da Ordem Terceira Carmo, este tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), entre outras obras. Contudo, até hoje tão pouco se sabia a respeito da vida dele, que o historiador Nuto Sant'Anna chegou a levantar a hipótese de que ele fosse branco e o habilidoso escravo Tebas não passasse de lenda. Mas, Leituras da História encontrou documentos inéditos que comprovam a existência desse escravo arquiteto.
Para Benedito Lima de Toledo, professor emérito da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, a notoriedade conquistada por Tebas está relacionada ao período em que ele viveu. No início do século 18, São Paulo era uma pequena cidade episcopal sem recursos financeiros, cujas escassas obras arquitônicas estavam em ruínas. Mas esse quadro começou a mudar a partir de 1840. Algumas das antigas igrejas e conventos foram totalmente reconstruídas e outras passaram por grandes reformas - tanto internas quanto externas. "Depois de primeira metade do século 18, tudo mudou e esse se tornou o tempo em que mais se construiu durante todo o período colonial", comenta Toledo. "E Tebas foi um escravo que conseguiu representar a forte religiosidade dessa época por meio de suas construções", acrescenta.
A outra face da notoriedade de Tebas são as histórias repassadas oralmente pelo povo, com o acréscimo de elementos dramáticos, e que acabaram se tornando falsas verdades. Vários textos encontrados tanto na Internet quanto em livros, relatam que, em 1750, Tebas pertencia ao padre responsável pela primeira Catedral da Sé. Um dia ele perguntou ao senhor por que não tinha torre na igreja. O eclesiástico respondeu não haver engenheiro capaz de construí-la, Tebas disse que executaria a obra sob as condições de receber a carta alforria e que o primeiro casamento realizado na catedral fosse o dele.
LIBERDADE E CASAMENTO
As dificuldades na construção da torre de fato existiram. Monsenhor Sylvio de Moraes Mattos cita na página 60 do livro A Igreja Matriz da Vila São Paulo e a Velha Sé, não publicado, mas disponível para pesquisa no arquivo da Cúria Metropolitana, que o primeiro bispo dom Bernardo pedira ao rei dom José (1750-1777) 10 mil réis para construir a torre, mas os engenheiros haviam esbarrado em problemas técnicos, os quais foram posteriormente resolvidos pelo, então, escravo.
Mas, de acordo com a certidão de casamento encontrada por nossa reportagem, o já alforriado Joaquim Pinto de Oliveira se causou com Natária de Souza, em 10 de junho de 1762, sob o sacramento de padre Antônio de Toledo Lara, bem depois da construção da torre. Na mesma certidão, consta que Tebas foi escravo de Bento de Oliveira Lima, um português reconhecido como grande mestre pedreiro, ou seja, ele nunca pertencera a qualquer padre.
Outro mito diz respeito ao verbete "Tebas", registrado no dicionário Houaiss, que significa aquele que é hábil, importante ou destemido. Mas, para Nuto Sant'Anna, a alcunha é alusiva à habilidade, à agudeza, à perspicácia do engenhoso tebano que decifrou o enigma da esfinge. Nesse caso, não foi o Tebas que deu significado ao termo, mas o Édipo de Tebas, o qual deu também significado ao apelido do escravo. A observação de Sant'Anna parece ser a que mais se aproxima da verdade. Pois, só em 1791, já mestre pedreiro renomado, é que Tebas assume o vulgo e passa a assinar Joaquim Pinto de Oliveira Tebas, aquele que construiu de tudo na São Paulo do século 18.
FORMAÇÃO E OBRAS
Tebas nasceu em 1721, em Santos, litoral sul de São Paulo. Ainda nessa cidade era escravo do português Bento de Oliveira Lima, célebre mestre de obras. Foi com esse português que o notável escravo teve os primeiros ensinamentos no ofício de pedreiro. Lima, pelo que tudo indica, teve notícias de que em São Paulo as construções estavam a todo vapor e decidiu migrar em busca de melhores oportunidades de trabalho. O português Bento de Oliveira Lima, célebre mestre de obras, foi quem deu os primeiros ensinamentos no ofício de pedreiro ao notável escravo. 
Não se sabe exatamente quando eles chegaram a São Paulo. Mas a ascensão de Tebas como construtor teve início nessa cidade, na década de 1750. Foi durante esse período que ele construiu a torre da primeira Catedral da Sé. "O que contribuiu para a fama de Tebas foi a capacidade de trabalhar em construções altas", relata Carlos Lemos, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, arquiteto há 62 anos. "Só ele construía as torres das igrejas na época", afirma Lemos. Depois da construção da torre, executou ainda a reforma do frontispício da catedral em 1760. A nova fachada passou a exibir um frontão barroco com curvas e antecurvas, substituindo o frontão triangular original, e a porta de entrada com arco batido tomou o lugar da antiga verga reta. Para trabalhar nessas obras, Tebas recebia o salário de 640 réis por dia, uma vez e meia o salário de um construtor branco.
Em 1765, a empreitada foi a construção da torre do Recolhimento de Santa Teresa, erguida a partir da técnica de taipa de pilão, predominante no século 18, e coberta por telhas de barro. No ano seguinte, 1766, Tebas se encarregou da construção do frontispício da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A importância histórica e artística das obras desse negro talentoso, explica o professor Benedito Lima de Toledo, está no fato de que praticamente não existiam engenheiros e, menos ainda, erudição nas construções. "Tebas partia da experiência de mestre-pedreiro, captava a religiosidade da época e dava sua marca pessoal às obras", relata. "Essa expressão da religiosidade é que o transformou em arquiteto e suas obras em arte", conclui Toledo.
Nos documentos do Senado da Câmara de 1791, em ata no arquivo mun. 6XII, pag. 160, Tebas aparece como proprietário de dois escravos, ambos de nome João. Ainda nesse ano, os três trabalharam na construção do Chafariz da Misericórdia, inteiro talhado em pedra e com quatro torneiras. A obra foi dirigida por Joaquim Pinto de Oliveira Tebas, segundo consta nos documentos e, por isso, ficou conhecido como o Chafariz do Tebas.
O Chafariz da Misericórdia foi o primeiro chafariz público de São Paulo. Situava- se em um pequeno largo na Rua Direita, esquina com a Quintino Bocaiuva e a Álvares Penteado. A água era conduzida por gravidade das nascentes do Caaguassú, no atual bairro do Paraíso, por meio de tubos produzidos com papelão betumado. Por essa construção, o historiador Affonso Antônio de Freitas atribuiu a Tebas também o legado de ter construído o primeiro sistema público de abastecimento regular de água em São Paulo.
A última obra de importância histórica executada por Tebas foi no Mosteiro São Bento. Em 1897, a fachada da igreja beneditina ostentava arcos abatidos nas envasaduras e frontão triangular com ornamentos talhados em pedra por Tebas. "Também foi o Tebas quem talhou a pedra de fundação do mosteiro", conta Emanoel Araujo, diretor-curador do Museu Afro Brasil.
OS ÚLTIMOS ANOS
No livro de confessados da Catedral da Sé, de 1803, no qual os padres registravam todos os moradores da região, consta que Tebas estava com 82 anos e era viúvo, possuía e residia em uma casa na Rua das Freiras, em companhia de três filhas: Escolásticas, Gertrudes e Joaquina, mais dois escravos, ambos de nome João. Possivelmente, os mesmos que o ajudaram na construção do Chafariz da Misericórdia. Sob o número 3.525, no recenseamento de São Paulo, do ano de 1777, aparece o nome Joaquim Pinto de Oliveira, casado com Natária de Souza e pai de uma liberta de 9 anos, também chamada Natária. No ano do livro de confessados talvez Natária filha já estivesse casada ou morta e por isso não aparece nos registros.
Em 1808, aos 87 anos, Tebas já não trabalha pegando no pesado. Obtera o título de Juiz de Ofício, conforme o documento descoberto por Nuto Sant'Anna (veja no Box): "Sem dúvida, essa foi uma das grandes conquistas de Tebas, pois uma posição importante como essa só era ocupada por portugueses", analisa Emanoel Araujo, diretor-curador do Museu Afro Brasil. O título de Juiz de Ofício, esclarece Carlos Lemos, professor da FAU, USP, era uma certificação de perito expedida exclusivamente pelo Quartel Militar de São Paulo, também conhecida como louvação. "Em visita ao Museu Histórico Ultramarino, em Lisboa, descobri um documento do Quartel Militar de São Paulo com os nomes de todos os louvados e Joaquim Pinto de Oliveira Tebas era o único negro da lista", atesta Lemos.
E foi nessa função que Tebas encerrou seus dias. De acordo com a certidão de óbito encontrada no arquivo da Cúria Metropolitana, Joaquim Pinto de Oliveira Tebas, morreu em 11 de janeiro de 1811, aos 90 anos, vítima de moléstia de gangrena. O velório e o sepultamento foram realizados pelo padre coadjutor José Veloso Carmo na Igreja de São Gonçalo, existente até hoje na Praça João Mendes, atrás da Catedral da Sé e a poucos metros do Marco Zero de São Paulo, a cidade que Tebas ajudou a construir.
Mais trabalhos:
Por: Wagner Ribeiro
http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/50/artigo255932-1.asp


sábado, 26 de novembro de 2016

CUBA EM FESTA

HOJE EXISTEM DOIS LOCAIS EM FESTA: CUBA E O INFERNO.






O povo cubano até que enfim festeja a morte tardia do pior bandido que a terra já possuiu. O povo estar em festa, só que não pode, ainda, gritar publicamente nas ruas por ser a pior ditadura do mundo. Mas, porém, lá nas profundezas dos infernos também haverá tertúlia. Quando souberam que esta turma citada em baixo iria recepciona-lo na entrada do Haden, mandaram crema-lo, pensando que escaparia do bota-fora, vejam a linha de frente para as boas-vindas: Azarape, Cabrunco, Cão, Canhoto, Capa-Verde, Capeta, Capiroto, Chifrudo, Coisa Ruim, Cramulhão, Crinado, Danado, Demo, Dos Quintos, Encardido, Espírito-de-Porco, Excomungado, Ferra-Brás, Indesejado, Lá de baixo, Mau, Mefisto, Pastor Negro, Pé-de-Bode, Pé-Preto, Pedro Botelho, Peneireiro, Rabo-de-Seta, Ranheta, Renegado, Sarnento, Satanás, Sete-peles, Temba, Tinhoso, Tranca-Rua, Zarapelho, Asmodeu, Azazel, Belzebu, Cadreel, Lúcifer, Mastema, Mefistófeles, Satã, Sier, Ferra Brás, Satanás. Afora os convidados especiais entre vivos e mortes que estarão no “beija mão”, muitos seus conhecidos e outros que serviram de exemplo para esta besta-fera.
AL CAPONE, BARRABÁS, BUTCH CASSIDY, LAMPIÃO, BIN LADER, ADOLF HITLER, JOSEF STALIN, MAO TSÉ-TUNG, MUAMMAR AL-GADDAFI, HOSNI MUBARAK, AUGUSTO PINOCHET, BENITO MUSSOLINI, FRANCISCO FRANCO, JOSEF STALIN, HONG XIUQUAN, FRANCOIS “PAPA DOC” DUVALIER, NICOLAE CEAUSESCU, IDI AMIN, KUBLAI KHAN, CHIANG KAI-SHEK, HIDEKI TOJO, POL POT, GENGHIS KHAN, OSAMA BIN LADEN, YAHYA JAMMEH, MUAMMAR GADDAFI, THAN SHWE, REI ABDULLAH, OMAR HASSAN AL-BASHIR, ISLAM KARIMOV, BEN ALI, ALEKSANDER LUKASHENKO, CHIANG KAI-SHEK, HIDEKI TOJO, LEOPOLDO 2º, KUBLAI KHAN, IMPERATRIZ CIX, JOSEPH STALIN, CHARLES TAYLOR, SLOBODAN MILOSEVIC, HARRY TRUMAN, NERO, TITO, MOBUTU, HIDEKI TOJO, IVAN IVANOVICH, IDI AMIN, JEAN-BÊDEL BORKASSA, PINOCHET, VIDELA, MENGISTU HAILE MARIAM, MUGABE, LEOPOLD II, entre outros, que irão futuramente, e, se brincar Lula, vai aparecer de leve com sua camarilha de bajuladores...

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

VAQUEJADA



Grijalva Maracajá Henriques

12.10.2016

Pense num moído grande este negócio de proibir vaquejada, festa tradicional do Nordeste. Onde emprega milhares de pessoas, onde os animais são mais bem alimentados do que todos os outros, a lei da vaquejada não permite maus tratos, nem nos cavalos nem nos bois e nem dos vaqueiros.
Durante o tempo que brinco e assisto, nunca vi um animal quebrar uma perna, – sei que às vezes quebra, porém nunca assisti – um rabo quebrado ou um cavalo estropiado. Quando um vaqueiro ou um tratador tenta bater no animal para forçar a entrar no brete, é logo contido pelos demais companheiros e às vezes afastado daquele serviço.
Minha gente tenho ouvido e visto pela mídia, tanta gente conversando miolo de pote e externando seus pensamentos sobre o assunto, sem nunca ter ido ver uma vaquejada. Agora, esse povo “falador” não se preocupa com outros animais que sofrem para alimenta-los: como o frango de corte que vive cinquenta e seis dias sem dormir. O próprio boi, sevado sem ter o direito de dar umas voltinhas ou de fazer carinhos numa vaca amada. O carneiro, o bode, o porco, o coelho, a galinha e o peru gordo, o peixe, o camarão, a ostra, o cavalo que recebe injeção de veneno de cobra para produzir soro, assistam o comportamento do animal quando sente que vai servir de cobaia.
“Um cavalo recebe o veneno em pequenas e sucessivas doses, que não prejudicam a sua saúde. Ele então começa a produzir anticorpos contra a peçonha. Por que são usados os cavalos? “Poderia ser qualquer animal, mas o cavalo é dócil e tem um rendimento maior na produção de anticorpos que outros mamíferos”, diz a bioquímica Hisako Higashi, do Instituto Butantan
Após dez dias, amostras de sangue são retiradas do cavalo até se constatar que já há anticorpos suficientes no corpo do animal o que leva, em média, 15 dias. Quando isso ocorre, até 16 litros de sangue são colhidos. Então, separa-se o plasma, parte do sangue onde ficam os anticorpos. O restante é reintroduzido no animal”.
Será que estes ambientalistas e naturalistas comem estas iguarias? Será que tomam o leitinho dos pobres bezerros que passam o resto do dia berrando de fome? Será?
Em Barretos (sul) existe a maior festa de gado e cavalo do Brasil, lá os bichinhos não sofrem, porque são amarrados pelos “quibas”. No sul tem também festa onde os vaqueiros laçam os bezerros pelos pés e os derrubam, fazem também uma espécie de vaqueja, outros rodam em tambores até os cavalos ficarem tontos. Meu Deus. Acho isto uma hipocrisia! Lá pode; aqui no Nordeste é crime!
Agora o pior de tudo, desta gente faladora é comer um franguinho assado com cerveja quando assisti uma luta de MMA, BOXE ou outra onde jorre sangue e olhos estufados, é uma satisfação que só vendo.
Assisto desolado, na Praça da Bandeira aqui em Campina Grande duas crianças, uma de seis e outra de oito vivendo vinte e quatro horas cheirando cola, tíner ou outra desgraça qualquer: O pai chorando (assisti) não pode leva-lo para casa porque a lei não permitiu pega-los pelos braços ou orelhas e carrega-los à força. Nos sinais de Campina, perambulando como sonâmbulos pelas ruas meninos e meninas cada qual com sua garrafinha contendo seus “direitos” dados pelo governo e incentivados por esta gente faladora, nenhum destes, vêem nada, não fazem nada. Então não falem do que não sabem.
Tenho Dito!


domingo, 25 de setembro de 2016

POLITICAGEM ONTEM E HOJE

QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA

Leiam este pedaço de diálogo do conto do meu pai e vejam se alguma coisa mudou na nossa politica.

PARAÍBA NOSSA TERRA NOSSA GENTE


João Henriques da Silva
 (In Memoriam – 20/09/1901 - 16/04/2003)
Escrito em 1986

... - Ah! Meu amigo, amizades sem eleitor é prato vazio para políticos. Não importa a qualidade da comida ou de onde ela sai. O que vale é a quantidade na hora do pega pra capar. O sujeito tem é que se eleger e para ele todo voto cheira bem. Olha aí o Serapião. Foi o mais votado do estado e apesar do que se sabe já se fala nele para futuro governador. E não te espantes que isto aconteça. O negocio é estar de cima seja com quem for e o estado que se amole. Ora, estais brincando com a turma. Dentro do mesmo partido e ninguém respeita voto dos outros. É como um bando enorme de urubus na carniça de um papa-capim.
                O boboca do Adelino ficou de tanga na última campanha para eleger um “grande amigo” e agora anda por aí tomando benção as ticacas. Parecia até que era quem iria se eleger. Festa, comícios, compra de votos, viagens, mentiras e promessas. Tudo improvisado em cima da hora. Não tinha base eleitoral. Gastou o que tinha e lascou-se. O homem não se elegeu e ainda se justificava.
- Pesava que o Adelino tivesse prestígio e o cara de pau, enganou-me. Devo-lhe a decepção que sofri. É pouco que tenha se esboroado economicamente. Não se faz isso com um candidato a deputado. Falta de respeito e consideração. Se não tinha votos deveria ter ficado onde estava.
- O Adelino teria o filho nomeado fiscal de rendas e a filha professora estadual, com boa remuneração e agora nem mel, nem cabaça.
Já o Buriango, um cabra de peia, cabo eleitoral espertalhão só por que conta com algumas dúzias de votos e acompanha o governo, foi nomeado, efetivo, fiscal da prefeitura. Sujeito de má fama, um velhaco, mas o importante é o eleitor. Infelizmente vive-se num mundo deformado em que o caráter das pessoas é coisa secundária. Sente-se necessidade, Dr. Januário, de gente de bem que faça alguma coisa para mudar a sola dos sapatos dessa cambada. E para chegar até lá tem que ser à base do voto. Criar bases na confiança do povo.
Depois de eleito, moralizar a administração, trazer benefícios honestos. Incentivar os empreendimentos úteis, acabar com a miséria. A pobreza é uma porta escancarada para a subordinação. Um par de “apragatas”, um vestido de chita, ou uma camisa de pano ordinário é quanto está valendo um voto. Uma lástima. A fome acaba com a vergonha das pessoas. Justifica-se. Descaramento é de quem compra para ludibriar o povo. E são tantos os descarados, os cínicos, que só se usando erva de rato e chicote.
- Entendo onde pretende chegar. Reagir contra a falta de vergonha. Concordo em gênero e número. Enrijecer a espinha, esclarecer o povo, fazê-lo independente e atirar os espertalhões que exploram, na esterqueira das pocilgas. Não morro de amores pela política, mas não há dúvidas de que é necessário conter essa onda de irresponsabilidade.
Nunca deixou de haver sujeira política, no entanto, o monturo já esta fedendo demais. Explora a pobreza e a miséria como se estivessem minerando ouro. Combate-se o banditismo armado, mas não se combate essa caterva de vagabundos que se cevam com os dinheiros públicos escanchados nas costas magras do povo.
Existem, sem dúvida, exceções. Homens de bem que se envergonham de pisar nos mesmos batentes por onde passam os depósitos de lixo humano.
- Há! Meu amigo, e pensam que o povo não os conhece. Vão e vem, com a cara mais lisa deste mundo, com um cinismo estarrecedor, batem nas mesmas portas, cantam as maiores mentiras, fazem maiores promessas e terminam se reelegendo, ano após ano, à falta de policiamento ostensivo. Será que há crime pior do que iludir a boa fé do povo e manter-se no erário público para cevar-se com o dinheiro que os honestos pagam até pela farinha que comem e o leite que alimenta os filhos?
- Parece-me que há gente de mais para legislar e, inclusive, toupeiras analfabetas que só se sabe que têm boca pelo mau hálito ou as burradas que dizem.
Bastariam, ao meu entender, três de cada Estado, escolhidos por sua sabedoria e honestidade. As câmaras deixariam de ser essa coisa heterogênea onde, enquanto alguns defendem o povo e engrandecem o País, muitos rincham, batem ou roncam, com se ali fosse uma cocheira, um canil ou uma hospedaria de vadios. Para que diabo, meu Deus, quer a Nação, esse bando de inúteis e marginais da política, vivendo à tripa forra e zombando do povo, como uns privilegiados. Será que os poderes públicos não enxergam esse absurdo!
- Ora, meu doutor, esses resíduos orgânicos são o adubo da roça dessa gente. E quanto mais fermentados e mais podres, maior o efeito em sua seara política. Não produz espigas nem grão, mas rendem votos com que se ajudam mutuamente e se sustentam em cima do trabalho e à boca dos cofres da Nação. Podem faltar escolas, merenda escolar, algodão e gaze nos hospitais, dinheiro para alentar a produção agrícola que lhes enche as tripas, contanto que se encastelem no poder e possam viver bebendo a melhor água, comendo o melhor pão e gozando todas as regalias. O povo é - como diziam Jararaca e ratinho – um Alagoano e um Paraibano – o povo é uma porção de ninguém. Pode a fome roer-lhes as vísceras e a seca trincalhes os ossos, isto é coisa natural e a culpa é das secas que Deus manda para castigar os que trabalham e cevam os espertalhões. Quem não pode viver, morre, já dizia um desses políticos de Pernambuco.

Tem que prevalecer é a lei do mais forte, do mais esperto e mais manhoso. Estão aí os nossos sertões abandonados, vivendo de esmolas nas épocas das grandes crises. E dessas esmolas que nos manda, grande parte vai parar nas mãos dos espertalhões, na gaveta dos barracões a troco de produtos, residuais das colheitas, alimentos tão sórdidos que o difícil é saber onde podem ser encontrados. Mas ninguém viu ninguém vê. Muitas vezes a intenção do Governo é legitima e oportuna, em forma de socorro, mas à beira das estradas estão os salteadores de dentuça de fora já antegozando a fartura dos lucros em cima da miséria do povo faminto, destroçado pela seca. É um desaforo que se deixe na impunidade esses exploradores dos infortunados e da própria ação governamental. E ai do empregado que denuncie o descalabro. No mínimo será afastado para não se meter a besta...