terça-feira, 13 de maio de 2014

FRACASSO TRIPLO


FRACASSO TRIPLO

 

Gen. Clovis Purper Bandeira

 

Uma pequena empresa fracassa com muita facilidade, em geral por deficiência do empreendedor, despreparado para a função.

Tomemos, por exemplo, uma pequena loja de artigos baratos. Pelo pequeno preço da mercadoria, o movimento é grande, mas a quantidade de vendas necessária para enfrentar as despesas também é grande.

            O proprietário deve, também, resistir a duas tentações: servir-se do dinheiro do caixa (afinal, é seu) sem controle e admitir funcionários que o dispensem de trabalhar pessoalmente. Há, ainda, a oportunidade de empregar parentes sem necessidade. Muitos deles nem irão trabalhar, aparecerão apenas na data do pagamento.

            Em pouco tempo, as mercadorias sumirão das prateleiras, juntamente com o dinheiro do caixa. Não sendo possível repor o estoque, temos a falência do negócio, que pode ser atribuída a três “i”: ignorância, incompetência e imprevidência do empresário.

Já no caso de uma grande empresa, o problema é diferente. O número de empregados é muito grande, há chefias intermediárias entre proprietário e funcionários executantes das operações, além de estrutura organizacional mais complexa. Os departamentos recebem metas a atingir, há delegação de competência, pode-se recorrer a consultorias e especialistas, os conselhos e os acionistas estão atentos, a legislação e a burocracia exigem uma série de medidas acauteladoras para impedir a má gestão.

            Consideremos o caso de uma grande petroleira, com acionistas e operações em vários lugares do mundo. Já foi dito que o melhor negócio do mundo é uma petroleira bem administrada. O segundo, uma petroleira mal administrada.

            Alguns erros, porém, devem ser evitados, como no caso da pequena empresa – o proprietário não pode considerar como seu o patrimônio da empresa, não pode transformá-la em cabide de empregos, tem que ter humildade para cercar-se de bons técnicos nas diversas áreas funcionais da empresa e para ouvir suas recomendações.

            Necessita, ainda, acompanhar as flutuações do mercado e manter-se tecnologicamente atualizado.

A corrupção é uma tentação constante, tendo em vista os altíssimos valores envolvidos no negócio, seu longo tempo de maturação e a cobiça de fornecedores, funcionários e clientes.

            No caso de uma petroleira estatal, como a Petrobras, há uma grande tentação de repartir cargos e funções entre companheiros de partido e sindicalistas amigos do rei mais ou menos como podiam acontecer na pequena empresa.

            É óbvio que, como a capacidade financeira do negócio é enorme, as consequências dos desmandos podem custar a aparecer. Não obstante, a partir de certo ponto, a soma dos erros e abusos cometidos passa a ser percebida pelo mercado e a companhia passa a enfrentar problemas de crescente complexidade, ainda mais se não forem tomadas a tempo as medidas saneadoras necessárias.

            Tudo isso ocorreu com a Petrobras, acarretando deficiências e custos descabidos, que levarão muito tempo para serem resolvidos.

            As consequências são conhecidas, estão estampadas nos jornais e revistas:

 

- a produção caiu por período demasiado longo;

            - o preço dos combustíveis produzidos não sofre as atualizações necessárias, para fazer frente aos custos; assim, a inflação é mantida artificialmente baixa, mas a companhia passa a funcionar com grandes prejuízos, cobertos por endividamento – suas dívidas cresceram quatro vezes em pouco tempo, atingindo o patamar de maior dívida entre todas as empresas do mundo, de qualquer área de atuação;

            - o organograma da companhia foi inchado com diretorias e departamentos desnecessários, para acomodar políticos e sindicalistas amigos;

            - a direção geral foi entregue a políticos sem nenhuma experiência no ramo, e sem humildade para aconselhar-se com os funcionários que conhecem o assunto;

            - negócios de alto risco, com baixa expectativa de sucesso, foram empreendidos, como a compra e construção de refinarias altamente deficitárias, no Brasil e no exterior;

            - a corrupção tornou-se endêmica, com o funcionamento, a todo vapor, de uma rede de propinodutos e empresas fantasmas que abastecem regiamente as contas dos “consultores” e de partidos políticos interessados, principalmente a máfia do PT, que se transformou, de vestal da transparência, na maior máquina de crimes, inclusive financeiros, da história do país;

            - os desvios, comissões, percentagens, “taxas de sucesso” etc. atingem bilhões de reais, subindo a uma escala nunca antes atingida em terras tupiniquins;

            - denúncias e processos sobre o assunto são considerados perseguição política por parte das “zelites” que não se conformam com a chegada dos operários ao poder (que operários?), como se a chegada de quem quer que seja ao poder justificasse falcatruas e roubos astronômicos, lesando o patrimônio público em nome de quê, mesmo?

            Uma empresa do tamanho da Petrobras não quebra, mas para tudo há um limite: seu valor de mercado já caiu para 25% do que era há quatro ou cinco anos atrás.         

            A nível nacional, não é menor o escândalo.

Todas as licitações, projetos e compras da máquina governamental resultam em assaltos aos cofres públicos, com prejuízos bilionários que, de tão comuns, não causam mais a revolta que deveriam.

            Todos pagamos o preço, poucos se locupletam. Senão, vejamos:

            - as contas nacionais estão deficitárias;

- os políticos mercadejam seus votos, defendendo os interesses dos grandes negociantes que financiaram suas campanhas eleitorais e que continuam a lhes oferecer benesses, jatinhos, viagens internacionais, mansões etc.

- nossa pauta de exportações concentra-se em meia dúzia de “commodities” sem valor agregado, indo produzir no exterior o enriquecimento que deixam de realizar aqui;

            - a inflação dispara, puxada pelas despesas governamentais descontroladas e pelo crédito abundante com que o partido no poder vem comprando os votos dos “bolsistas”, empurrando para um futuro já bem próximo o momento de pagar a conta dessa farra creditícia;

            -os impostos não param de subir;

- há mais de vinte mil cargos de confiança na administração pública, livremente indicados pelos políticos (nos EUA, uma economia oito vezes maior, são menos de mil);

            - a taxa de desemprego é manipulada, como todas as declarações mentirosas do poder;

            - a “bolsa esmola” sustenta 14 milhões de famílias, cuja segunda geração já é bolsista (nenhum deles é considerado desempregado); isso equivale à compra de 40 milhões de votos pelo PT, segundo conta do criminoso José Dirceu;

            - a indústria nacional patina em taxas de crescimento próximas do zero ou negativas;

            - os serviços públicos, saúde, educação, segurança, transporte, são um vexame que sacrifica diariamente a população e, no caso da saúde e da educação, compromete o futuro das novas gerações e do país.

Que podemos fazer para começar a reverter esse quadro negativo?

            Usar nosso voto para tirar do poder e do acesso fácil aos cofres públicos essa quadrilha de bandidos que domina o país e o explora como se fosse uma lojinha de produtos de R$ 1,99 quebrada, cuja gestora faliu e que, como prêmio, ganhou dos eleitores iludidos ou vendidos o acesso ao Conselho da Petrobras e ao Tesouro Nacional.

            Além de tudo isso, deixa para seu sucessor uma herança maldita, pois o mesmo terá que tomar, com urgência, medidas altamente impopulares para sanear a economia nacional. No mínimo, terá que aumentar consideravelmente o preço dos combustíveis, para permitir algum fôlego à exausta Petrobras, a par de aumentar as tarifas de eletricidade, artificialmente baixas para comprar votos. O resultado imediato será um salto na inflação, queda na produção e no consumo e aumento do desemprego.

Espero que, na hora de colocar seu voto na urna, os brasileiros lesados, principalmente os que compraram ações da Petrobras com seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, convencidos pela propaganda governamental de que estariam fazendo o grande negócio de suas vidas, lembrem-se do golpe de que foram vítimas e usem sua arma, o voto, para começar a mudar essa vergonhosa roubalheira oficial.

            E preste atenção: votar em branco ou anular seu voto, como forma de protesto, é um tiro no pé. Se metade dos votos nulos ou em branco, na última eleição presidencial, tivesse sido dada à oposição, a história seria outra e o Brasil, livre da corruptocracia marxista-leninista-maoista-trotskista-castrista-chavista-lulodilmista-gramcista-socialista que o empobrece e saqueia, estaria em condições muito mais favoráveis.

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