Assis Chateaubriand
Nome completo
Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello
Nascimento 4 de outubro de 1892
Umbuzeiro, Paraíba
Brasil.
Morte 4 de abril de 1968 (75 anos)
São Paulo, São Paulo Brasil.
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Empresário, jornalista, mecenas,
político, advogado, professor universitário e escritor.
Prêmios Prêmio Maria Moors Cabot (1945)
Francisco
de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, mais conhecido como Assis
Chateaubriand ou Chatô, (Umbuzeiro, 4 de outubro de 1892 — São Paulo, 4 de
abril de 1968) foi um jornalista, empresário, mecenas e político destacando-se
como um dos homens públicos mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 1960.
Foi também advogado, professor de direito, escritor e membro da Academia
Brasileira de Letras Chateaubriand foi um magnata das comunicações no Brasil
entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1960, dono dos Diários
Associados, que foi o maior conglomerado de mídia da América Latina, que em seu
auge contou com mais de cem jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e
agência telegráfica. Também é conhecido
como o cocriador e fundador, em 1947, do Museu de Arte de São Paulo (MASP), junto
com Pietro Maria Bardi, e ainda como o responsável pela chegada da televisão ao
Brasil, inaugurando em 1950 a primeira emissora de TV do país, a TV Tupi. Foi
Senador da República entre 1952 e 1957. Figura polêmica e controversa, odiado e
temido, Chateaubriand já foi chamado de Cidadão Kane brasileiro, e acusado de
falta de ética por supostamente chantagear empresas que não anunciavam em seus
veículos e por insultar empresários com mentiras, como o industrial Francisco
Matarazzo Jr. Seu império teria sido construído com base em interesses e
compromissos políticos, incluindo uma proximidade tumultuada porém rentosa com
o Presidente Getúlio Vargas.
Filho
de Francisco José Bandeira de Melo e de Maria Carmem Guedes Gondim foi batizado
Francisco de Assis por ter nascido no dia dedicado ao santo, a quem a mãe era
devota. O nome "Chateaubriand" tem origem na admiração do pai pelo
poeta e pensador francês François-René de Chateaubriand, a ponto de comprar uma
escola em meados do século XIX, na região de São João do Cariri/PB, dando-lhe o
nome do pensador francês. Logo, Francisco José passou a ser conhecido na região
como "seu José do Chateaubriand", que, por corruptela, derivou para
"José Chateaubriand". O nome ficou tão vinculado a Francisco José que
ele batizou seus filhos com o sobrenome francês.
Chateaubriand
casou-se uma vez apenas, com Maria Henriqueta Barroso do Amaral, filha do juiz
Zózimo Barroso do Amaral. Teve três filhos: Fernando, Gilberto e Teresa. Em
1934 desquitou-se e uniu-se a uma jovem de nome Corita, com quem teve uma
filha, Teresa, que decidida a deixar Chatô, levou a filha com ela. Chatô
consegue sequestrar a própria filha, assumindo a paternidade e, com o apoio de
Getúlio Vargas, obtém o pátrio poder.
As
relações de Chatô, especialmente com os filhos, são conturbadas e repletas de
grandes conflitos e separações radicais.
Nascido
na Paraíba, formado pela Faculdade de Direito do Recife. A estreia no
jornalismo aconteceu aos quinze anos, na Gazeta do Norte, escrevendo para o
Jornal Pequeno e para o veterano Diário de Pernambuco. Neste, enfrentou uma
situação inusitada: teve que dormir na redação do jornal, chegando a pegar em
armas, para se defender da multidão que se empoleirava à frente do jornal em
protesto contra a vitória do candidato Francisco de Assis Rosa e Silva
(proprietário do jornal). Em 1917, já no Rio de Janeiro, colaborou para o Correio
da Manhã, em cujas páginas publicaria impressões da viagem à Europa que
realizou em 1920.
Em
1924, assumiu a direção d'O Jornal – denominado "órgão líder dos Diários
Associados" – e, no mesmo ano, consegue comprá-lo graças a recursos
financeiros fornecidos por alguns "barões do café" liderados por
Carlos Leôncio de Magalhães (Nhonhô Magalhães), e por Percival Farquhar, de
quem Chateaubriand, alegadamente, teria recebido como honorários advocatícios.
Substituiu artigos monótonos por reportagens instigantes e deu certo. A partir
de então, começou a constituir um império jornalístico, ao qual foi agregando
importantes jornais, como o Diário de Pernambuco, o jornal diário mais antigo
da América Latina, e o Jornal do Commercio, o mais antigo do Rio de Janeiro. No
ano seguinte, Chatô arrebatou o Diário da Noite, de São Paulo. À altura, já
possuía os jornais líderes de mercado das principais capitais brasileiras.
A
ascensão do império jornalístico de Assis Chateaubriand deve ser entendida no
quadro das transformações políticas do Brasil durante as décadas de 1920 e
1930, quando o consenso político oligárquico e fechado da República Velha,
centrado em torno da elite agrária de São Paulo, começou a ser contestado por
elites burguesas emergentes da periferia do país; não é uma coincidência que
Chateaubriand tenha apoiado o movimento revolucionário de 1930, que levou
Getúlio Vargas ao poder, assim como, durante toda sua vida, tenha fanfarroneado
a condição de provinciano que chegou ao centro do poder como uma espécie de
bucaneiro político. A ética quase nunca constava da estratégia empresarial:
chantageava as empresas que não anunciassem em seus veículos, publicava poesias
dos maiores anunciantes nos diários e mentia descaradamente para agredir os
inimigos. Farto de ver o nome na lista de insultos, o industrial Francisco
Matarazzo ameaçou "resolver a questão à moda napolitana: pé no peito e
navalha na garganta". Chateaubriand devolveu: "Responderei com
métodos paraibanos, usando a peixeira para cortar mais embaixo". Foi também
inimigo declarado de Rui Barbosa e de Rubem Braga. Apesar disso, Chatô teve
relação cordiais (e sempre movidas a interesses econômicos) com muitas pessoas
influentes: Francisco Matarazzo, Rodrigues Alves, Alexander Mackenzie
(presidente do poderoso truste canadense de utilidades públicas São Paulo
Tramway, Light and Power Company), o empresário americano Percival Farquhar e
Getúlio Vargas.
Durante
o Estado Novo, consegue de Getúlio Vargas a promulgação de um decreto que lhe
dá direito à guarda de uma filha, após a separação da mulher. Nesse episódio,
profere uma frase célebre: "Se a lei é contra mim, vamos ter que mudar a
lei". Em 1952, é eleito senador pela Paraíba e, em 1955, pelo Maranhão, em
duas eleições escandalosamente fraudulentas.
Caracterizou-se,
muito embora fosse um representante típico da burguesia nacional emergente da
época, pelas posturas pró-capital estrangeiro e pró-imperialismo, primeiro o
britânico, depois o americano: além de muito ligado aos interesses da City
londrina (a escandalosa embaixada na Inglaterra, na década de 1950, foi a
realização de um velho sonho pessoal), conta a anedota que ele teria uma vez
dito que o Brasil, perante os EUA, estava na condição de uma "mulata
sestrosa" que tinha de aceder às vontades dos seu gigolô. Era temido pelas
campanhas jornalísticas que movia, como a em defesa do capital estrangeiro e
contra a criação da Petrobrás.
Chateaubriand
sempre buscou adquirir novas tecnologias para os Diários Associados. Foi assim
com a máquina Multicolor, a mais moderna máquina rotativa da época, sendo o
grupo de Chateaubriand o primeiro e único a possuir uma por longo tempo, na
América Latina; foi assim também com os serviços fotográficos da Wide World
Photo, que possibilitava a transmissão de fotos do exterior com uma rapidez
muito maior do que possuía qualquer outro veículo nacional. O mesmo se deu com
a publicidade: grandes contratos de exclusividade para lançamento de produtos
com a General Electric e para o pó achocolatado Toddy, cujos anúncios estavam
sempre nas paginas dos jornais e revistas. A orientação publicitária de
Chateaubriand para seus veículos começou a funcionar tão bem que os jornais dos
Diários Associados passaram a anunciar os mais diversos produtos e serviços,
desde modess a cheques bancários, algo tido como inédito na década de 1930, no
Brasil.
Publicou
mais de 11870 artigos assinados nos jornais, dando oportunidades a escritores e
artistas desconhecidos que depois virariam grandes nomes da literatura, do
jornalismo e da pintura, como: Graça Aranha, Millôr Fernandes, Anita Malfatti,
Di Cavalcanti, Cândido Portinari e outros.
Presidiu,
entre 1941 e 1943, a Federação Nacional da Imprensa (FENAI - FAIBRA).
Com
o tempo, Chateaubriand foi dando menos importância aos jornais e focando em
novas empreitadas, como o rádio e a televisão. Pioneiro na transmissão de
televisão brasileira, cria a TV Tupi, em 1950. Na década de 1960, os jornais
atolavam-se em dívidas e trocavam as grandes reportagens por matérias pagas.
Dois dos veículos de comunicação lançados no início da década de 1960 por Assis
Chateaubriand, o jornal Correio Braziliense e a TV Brasília, foram fundados em
21 de abril, no mesmo dia da fundação de Brasília.
Trabalha
até o final da vida, mesmo depois de uma trombose ocorrida em 1960, que o deixa
paralisado e capaz de comunicar-se apenas por balbucios e por uma máquina de
escrever adaptada. Em 1968, morria Chateaubriand, velado ao lado de duas
pinturas dos grandes mestres: um cardeal de Ticiano e um nu de Renoir,
simbolizando, segundo o protegido Pietro Maria Bardi, organizador do acervo do
MASP (casado com Lina arquiteta do edifício), as três coisas que mais amou na
vida: O poder, a arte e a mulher pelada. Morreu também com o império se
esfacelando e com o surgimento do reinado de Roberto Marinho.
Foi
um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e de 1950 em vários
campos da sociedade brasileira. Assis Chateaubriand criou e dirigiu a maior
cadeia de imprensa do país, os Diários Associados: 34 jornais, 36 emissoras de
rádio, 18 estações de televisão, uma agência de notícias, uma revista semanal
(O Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias revistas infantis (iniciada com a
publicação da revista em quadrinhos O Guri em 1940), e a editora O Cruzeiro.
Deixou
os Diários Associados para um grupo de vinte e dois funcionários, atualmente
liderados por Álvaro Teixeira da Costa. O Condomínio Acionário das Emissoras e
Diários Associados é, conjuntamente, o terceiro maior grupo de comunicações do
país. Tendo como carro chefe cinco jornais em grandes cidades do Brasil,
líderes em suas respectivas praças (dos quinze que ainda restam).
Em
1941, promoveu a Campanha nacional da aviação, com o lema "Deem asas ao
Brasil", na qual foi criada a maioria dos atuais aeroclubes pelo interior
do Brasil, juntamente com Joaquim Pedro Salgado Filho, então Ministro da Guerra
do governo Vargas. Com o suicídio de Getúlio Vargas, assume a cadeira 37 da
Academia Brasileira de Letras.
Funda
o Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 1947, com uma coleção particular de
pinturas de grandes mestres europeus que ele adquiriu a preços de ocasião na
Europa empobrecida do pós-Segunda Guerra Mundial (em aquisições por vezes
financiadas à base de chantagem de empresários brasileiros), coleção esta que o
presidente Juscelino Kubitschek havia tido o bom senso de, durante seu governo,
colocar sob a gestão de uma fundação, em troca de auxílio governamental ao
pagamento de parte da astronômica dívida do Condomínio Associado.
Em
10 de agosto de 1967, Assis Chateaubriand entregou ao reitor da Fundação
Universidade Regional do Nordeste (hoje Universidade Estadual da Paraíba –
UEPB), Edvaldo de Souza do Ó, o primeiro acervo do Museu Regional de Campina
Grande, localizado em Campina Grande, Paraíba. O acervo foi chamado de
"Coleção Assis Chateaubriand", com cento e vinte peças. A partir de
então, o museu passou a ser chamado de "Museu de Artes Assis
Chateaubriand".
Em
fevereiro de 1960 Assis Chateaubriand foi acometido de uma trombose. Morreu em
4 de abril de 1968, em São Paulo, depois da pertinaz doença, a que ele resistiu
por longos anos, continuando, mesmo paraplégico e impossibilitado de falar, a
escrever seus artigos. Foi velado ao lado de duas pinturas dos grandes mestres:
um cardeal de Ticiano e um nu de Renoir, simbolizando, segundo seu protegido, o
arquiteto italiano e organizador do acervo do MASP Pietro Maria Bardi, as três
coisas que mais amou na vida: O poder, a arte e a mulher pelada. Seu cortejo
fúnebre reuniu mais de 60 mil pessoas pelas ruas de São Paulo.[21] Está
sepultado no Cemitério do Araçá.
Assis
Chateaubriand já foi retratado como personagem no cinema e na televisão,
interpretado por Luiz Ramalho no filme "Chateaubriand, Cabeça de Paraíba”
(2000) e por Antonio Calloni em trecho da minissérie "Um Só Coração"
(2004).
Chatô,
o Rei do Brasil.
Guilherme
Fontes adquiriu os direitos de adaptação para o cinema do livro Chatô, o Rei do
Brasil, de Fernando Morais. O projeto começou a ser produzido em 1995, foi
interrompido em 1999. O filme Chatô, o Rei do Brasil, lançado em 2015, tem
Marco Ricca no papel de Chateaubriand. Em 2006, Fontes foi condenado pelo
Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver 15 milhões de reais pela
não-entrega da série de 36 documentários 500 Anos de História do Brasil. O
tribunal julgou irregulares as contas da Guilherme Fontes Filmes Ltda. Embora
treze episódios tenham sido produzidos e até mesmo exibidos no canal a cabo
GNT, a série, um subproduto do projeto Chatô, não havia sido concluída.
Chateaubriand
– Cabeça de Paraíba
Marcos
Manhães Marins escreveu, dirigiu e concluiu o filme Chateaubriand – Cabeça de
Paraíba, em 2000, tendo sido selecionado para quinze festivais e mostras no
Brasil e no exterior, sendo uma na Bélgica e outra na França. Foi exibido na
TVE e na TV Cultura, na TV Senado, Canal Brasil, TV O Norte na Paraíba, entre
outras.
Enredos
de escola de samba. No carnaval de 1999, o Acadêmicos do Grande Rio homenageou
com o enredo Ei, ei, ei, Chateau é o nosso rei! Obtendo o 6.º lugar entre as
escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A Inocentes de Belford
Roxo também homenageou com o enredo Chatô – a fanfarra do homem sério mais
engraçado do Brasil, terminando em 2.º lugar entre as escolas de samba do Grupo
de Acesso B, quase perto de subir para o Grupo de Acesso A.
Foi
o quarto ocupante da cadeira 37, eleito em 30 de dezembro de 1954, na sucessão
de Getúlio Vargas, recebido pelo acadêmico Aníbal Freire da Fonseca em 27 de
agosto de 1955.
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Todo
paraibano e tem a obrigação de ler a vida de Assis, no livro CHATÔ O REI DO
BRASIL de Fernando Morais.
G.
M. Henriques