FRACASSO
TRIPLO
Gen. Clovis Purper Bandeira
Uma pequena
empresa fracassa com muita facilidade, em geral por deficiência do
empreendedor, despreparado para a função.
Tomemos, por
exemplo, uma pequena loja de artigos baratos. Pelo pequeno preço da mercadoria,
o movimento é grande, mas a quantidade de vendas necessária para enfrentar as
despesas também é grande.
O
proprietário deve, também, resistir a duas tentações: servir-se do dinheiro do
caixa (afinal, é seu) sem controle e admitir funcionários que o dispensem de
trabalhar pessoalmente. Há, ainda, a oportunidade de empregar parentes sem
necessidade. Muitos deles nem irão trabalhar, aparecerão apenas na data do
pagamento.
Em
pouco tempo, as mercadorias sumirão das prateleiras, juntamente com o dinheiro
do caixa. Não sendo possível repor o estoque, temos a falência do negócio, que
pode ser atribuída a três “i”: ignorância, incompetência e imprevidência do
empresário.
Já no caso de uma
grande empresa, o problema é diferente. O número de empregados é muito grande,
há chefias intermediárias entre proprietário e funcionários executantes das
operações, além de estrutura organizacional mais complexa. Os departamentos
recebem metas a atingir, há delegação de competência, pode-se recorrer a
consultorias e especialistas, os conselhos e os acionistas estão atentos, a
legislação e a burocracia exigem uma série de medidas acauteladoras para
impedir a má gestão.
Consideremos
o caso de uma grande petroleira, com acionistas e operações em vários lugares
do mundo. Já foi dito que o melhor negócio do mundo é uma petroleira bem
administrada. O segundo, uma petroleira mal administrada.
Alguns
erros, porém, devem ser evitados, como no caso da pequena empresa – o
proprietário não pode considerar como seu o patrimônio da empresa, não pode
transformá-la em cabide de empregos, tem que ter humildade para cercar-se de
bons técnicos nas diversas áreas funcionais da empresa e para ouvir suas
recomendações.
Necessita,
ainda, acompanhar as flutuações do mercado e manter-se tecnologicamente
atualizado.
A corrupção é uma
tentação constante, tendo em vista os altíssimos valores envolvidos no negócio,
seu longo tempo de maturação e a cobiça de fornecedores, funcionários e
clientes.
No
caso de uma petroleira estatal, como a Petrobras, há uma grande tentação de
repartir cargos e funções entre companheiros de partido e sindicalistas amigos
do rei mais ou menos como podiam acontecer na pequena empresa.
É
óbvio que, como a capacidade financeira do negócio é enorme, as consequências
dos desmandos podem custar a aparecer. Não obstante, a partir de certo ponto, a
soma dos erros e abusos cometidos passa a ser percebida pelo mercado e a
companhia passa a enfrentar problemas de crescente complexidade, ainda mais se
não forem tomadas a tempo as medidas saneadoras necessárias.
Tudo
isso ocorreu com a Petrobras, acarretando deficiências e custos descabidos, que
levarão muito tempo para serem resolvidos.
As
consequências são conhecidas, estão estampadas nos jornais e revistas:
- a produção caiu
por período demasiado longo;
-
o preço dos combustíveis produzidos não sofre as atualizações necessárias, para
fazer frente aos custos; assim, a inflação é mantida artificialmente baixa, mas
a companhia passa a funcionar com grandes prejuízos, cobertos por endividamento
– suas dívidas cresceram quatro vezes em pouco tempo, atingindo o patamar de
maior dívida entre todas as empresas do mundo, de qualquer área de atuação;
-
o organograma da companhia foi inchado com diretorias e departamentos desnecessários,
para acomodar políticos e sindicalistas amigos;
-
a direção geral foi entregue a políticos sem nenhuma experiência no ramo, e sem
humildade para aconselhar-se com os funcionários que conhecem o assunto;
-
negócios de alto risco, com baixa expectativa de sucesso, foram empreendidos,
como a compra e construção de refinarias altamente deficitárias, no Brasil e no
exterior;
-
a corrupção tornou-se endêmica, com o funcionamento, a todo vapor, de uma rede
de propinodutos e empresas fantasmas que abastecem regiamente as contas dos
“consultores” e de partidos políticos interessados, principalmente a máfia do
PT, que se transformou, de vestal da transparência, na maior máquina de crimes,
inclusive financeiros, da história do país;
-
os desvios, comissões, percentagens, “taxas de sucesso” etc. atingem bilhões de
reais, subindo a uma escala nunca antes atingida em terras tupiniquins;
-
denúncias e processos sobre o assunto são considerados perseguição política por
parte das “zelites” que não se conformam com a chegada dos operários ao poder
(que operários?), como se a chegada de quem quer que seja ao poder justificasse
falcatruas e roubos astronômicos, lesando o patrimônio público em nome de quê,
mesmo?
Uma
empresa do tamanho da Petrobras não quebra, mas para tudo há um limite: seu
valor de mercado já caiu para 25% do que era há quatro ou cinco anos
atrás.
A
nível nacional, não é menor o escândalo.
Todas as
licitações, projetos e compras da máquina governamental resultam em assaltos
aos cofres públicos, com prejuízos bilionários que, de tão comuns, não causam
mais a revolta que deveriam.
Todos
pagamos o preço, poucos se locupletam. Senão, vejamos:
-
as contas nacionais estão deficitárias;
- os políticos
mercadejam seus votos, defendendo os interesses dos grandes negociantes que
financiaram suas campanhas eleitorais e que continuam a lhes oferecer benesses,
jatinhos, viagens internacionais, mansões etc.
- nossa pauta de
exportações concentra-se em meia dúzia de “commodities” sem valor agregado,
indo produzir no exterior o enriquecimento que deixam de realizar aqui;
-
a inflação dispara, puxada pelas despesas governamentais descontroladas e pelo
crédito abundante com que o partido no poder vem comprando os votos dos
“bolsistas”, empurrando para um futuro já bem próximo o momento de pagar a
conta dessa farra creditícia;
-os
impostos não param de subir;
- há mais de
vinte mil cargos de confiança na administração pública, livremente indicados
pelos políticos (nos EUA, uma economia oito vezes maior, são menos de mil);
-
a taxa de desemprego é manipulada, como todas as declarações mentirosas do
poder;
-
a “bolsa esmola” sustenta 14 milhões de famílias, cuja segunda geração já é bolsista
(nenhum deles é considerado desempregado); isso equivale à compra de 40 milhões
de votos pelo PT, segundo conta do criminoso José Dirceu;
-
a indústria nacional patina em taxas de crescimento próximas do zero ou
negativas;
-
os serviços públicos, saúde, educação, segurança, transporte, são um vexame que
sacrifica diariamente a população e, no caso da saúde e da educação, compromete
o futuro das novas gerações e do país.
Que podemos fazer
para começar a reverter esse quadro negativo?
Usar
nosso voto para tirar do poder e do acesso fácil aos cofres públicos essa
quadrilha de bandidos que domina o país e o explora como se fosse uma lojinha
de produtos de R$ 1,99 quebrada, cuja gestora faliu e que, como prêmio, ganhou
dos eleitores iludidos ou vendidos o acesso ao Conselho da Petrobras e ao
Tesouro Nacional.
Além
de tudo isso, deixa para seu sucessor uma herança maldita, pois o mesmo terá
que tomar, com urgência, medidas altamente impopulares para sanear a economia
nacional. No mínimo, terá que aumentar consideravelmente o preço dos
combustíveis, para permitir algum fôlego à exausta Petrobras, a par de aumentar
as tarifas de eletricidade, artificialmente baixas para comprar votos. O
resultado imediato será um salto na inflação, queda na produção e no consumo e
aumento do desemprego.
Espero que, na
hora de colocar seu voto na urna, os brasileiros lesados, principalmente os que
compraram ações da Petrobras com seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço,
convencidos pela propaganda governamental de que estariam fazendo o grande
negócio de suas vidas, lembrem-se do golpe de que foram vítimas e usem sua
arma, o voto, para começar a mudar essa vergonhosa roubalheira oficial.
E
preste atenção: votar em branco ou anular seu voto, como forma de protesto, é
um tiro no pé. Se metade dos votos nulos ou em branco, na última eleição
presidencial, tivesse sido dada à oposição, a história seria outra e o Brasil,
livre da corruptocracia marxista-leninista-maoista-trotskista-castrista-chavista-lulodilmista-gramcista-socialista
que o empobrece e saqueia, estaria em condições muito mais favoráveis.